A perceção dos pais sobre o comportamento alimentar dos filhos e sua relação com a obesidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/4273 |
Resumo: | A obesidade infantil tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos, devido essencialmente aos maus hábitos alimentares e ao sedentarismo (Pereira & Lopes, 2012). O comportamento alimentar e o estilo alimentar apresentam-se como aspetos a considerar na abordagem comportamental e psicológica da obesidade (Viana, 2002; Viana & Sinde, 2003). O presente estudo teve como objetivo analisar a forma como os pais percecionam o comportamento alimentar dos filhos e a sua relação com a obesidade. Trata-se de um estudo descritivo, correlacional, transversal, de abordagem quantitativa, envolvendo uma amostra de 197 crianças com idades entre os 3 e os 6 anos de idade e seus progenitores. Para a recolha de dados utilizamos um questionário de auto-preenchimento que foi aplicado aos pais/encarregados de educação, que incluía uma escala de comportamento alimentar (CEBQ). Para o tratamento de dados, recorremos ao Statistical Package for the Social Science (versão 20.0). Do total de crianças participantes no estudo, 49,2% eram do sexo masculino e 50,8% de sexo feminino, a maioria pertencia à classe etária dos 5-6 anos (69,0%) e frequentava o ensino pré-escolar público (51,3%). A maioria destas crianças (78,7%) foi recém-nascido de termo, nasceu com um peso de 2,5 a 4 Kg (91,4%), e o maior grupo (36,0%) fez aleitamento materno durante 7 ou mais meses. A prevalência de pré-obesidade na amostra de crianças é de 14,7%, enquanto a de obesidade é de 15,2%, taxa mais elevada do que a obtida noutros estudos. Não se verificaram diferenças estatísticas entre as proporções das classes de índice de massa corporal percentilado, quanto ao sexo, classe etária, tipo e estabelecimento de ensino. Constatou-se existirem diferenças estatísticas significativas altamente significativas (Kruskal-Wallis=17.635, p=0,001), entre a média de posição da subescala “Resposta à saciedade” das classes de índice de massa corporal percentilado, em que a mais elevada é a das crianças com baixo peso (138,34), cenário repetido na subescala “Ingestão lenta” (Kruskal-Wallis=16.640, p=0,001), com a média de posição das crianças de baixo peso a ser a mais alta (122,63). Por sua vez, na subescala “Prazer em comer”, também se verificaram diferenças estatísticas muito significativas (Kruskal-Wallis=12.110, p=0,007), em que a média de posição mais elevada é a das crianças com obesidade (124,41). O mesmo se verifica quanto à subescala “Sobre ingestão emocional” (Kruskal-Wallis=14.143, p=0,003), em que média de posição mais elevada é a das crianças obesas (122,05), que aumentam a ingestão de alimentos quando sujeitas a emoções. Também se confirmou existirem correlações entre o valor do percentil da criança e a pontuação da subescala “Resposta à saciedade” (R de Pearson=-0.311, p=0,000), pontuação da subescala “Ingestão lenta” (R de Pearson=-0.279, p=0,000), pontuação da escala “prazer em comer” (R de Pearson=0.142, p=.049) e pontuação da subescala “Sub-ingestão emocional” (R de Pearson=-0.164, p=0,022). Estes resultados permitem-nos afirmar que a prevalência de obesidade na amostra é bastante elevada e que a perceção dos pais acerca da “Resposta à saciedade”, “Ingestão lenta”, “Prazer em comer” e “Sub-ingestão emocional” parece estar relacionadas com aquele fenómeno. Consideramos essencial envolver todos os atores-chave na prevenção e tratamento da obesidade, tendo sido apresentadas algumas possibilidades de intervenção de combate ao flagelo da obesidade. |
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Para a recolha de dados utilizamos um questionário de auto-preenchimento que foi aplicado aos pais/encarregados de educação, que incluía uma escala de comportamento alimentar (CEBQ). Para o tratamento de dados, recorremos ao Statistical Package for the Social Science (versão 20.0). Do total de crianças participantes no estudo, 49,2% eram do sexo masculino e 50,8% de sexo feminino, a maioria pertencia à classe etária dos 5-6 anos (69,0%) e frequentava o ensino pré-escolar público (51,3%). A maioria destas crianças (78,7%) foi recém-nascido de termo, nasceu com um peso de 2,5 a 4 Kg (91,4%), e o maior grupo (36,0%) fez aleitamento materno durante 7 ou mais meses. A prevalência de pré-obesidade na amostra de crianças é de 14,7%, enquanto a de obesidade é de 15,2%, taxa mais elevada do que a obtida noutros estudos. 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O mesmo se verifica quanto à subescala “Sobre ingestão emocional” (Kruskal-Wallis=14.143, p=0,003), em que média de posição mais elevada é a das crianças obesas (122,05), que aumentam a ingestão de alimentos quando sujeitas a emoções. Também se confirmou existirem correlações entre o valor do percentil da criança e a pontuação da subescala “Resposta à saciedade” (R de Pearson=-0.311, p=0,000), pontuação da subescala “Ingestão lenta” (R de Pearson=-0.279, p=0,000), pontuação da escala “prazer em comer” (R de Pearson=0.142, p=.049) e pontuação da subescala “Sub-ingestão emocional” (R de Pearson=-0.164, p=0,022). Estes resultados permitem-nos afirmar que a prevalência de obesidade na amostra é bastante elevada e que a perceção dos pais acerca da “Resposta à saciedade”, “Ingestão lenta”, “Prazer em comer” e “Sub-ingestão emocional” parece estar relacionadas com aquele fenómeno. Consideramos essencial envolver todos os atores-chave na prevenção e tratamento da obesidade, tendo sido apresentadas algumas possibilidades de intervenção de combate ao flagelo da obesidade.Childhood obesity has increased over recent years, mainly due to poor eating habits and sedentary lifestyle (Pereira & Lopes, 2012). Eating behavior and eating style appear as aspects to consider in addressing behavioral and psychological obesity (Viana, 2002; Sinde & Viana, 2003). The present study aimed to examine how parents perceive eating behavior of children and its relationship to obesity. This is a descriptive, correlational, cross-sectional quantitative study, involving a sample of 197 children aged between 3 and 6 years old and their parents. For data collection we used a self-fullfilling questionnaire that was administered to the parents/guardians (general characteristics of the household, weight at birth, length of gestation and lactation) and The Children´s eating behavior Questionnaire (CEBQ). To data analysis Statistical Package for the Social Sciences (SPSS Statistics Vs 20.0) was used. The results showed an overall prevalence of pre-obesity (14.7%), and obesity slightly higher (15.2%). Results don´t differ significantly between sex, age, type of education and School. There was significant statistical differences, by body mass index (BMI) percentile in scale “satiety responsiveness” (Kruskal-Wallis=17.635, p=0,001), with a higher result in underweight children (138.34); “slowness in eating” (Kruskal-Wallis=16.640, p=0,001), with higherresults in lower weight children (M=122.63); “enjoyment of food” (Kruskal-Wallis=12.110, p= 0,007), with higher results in obese (124.41), and on “emotional overeating” (Kruskal-Wallis=14.143, p=0,003) with higher results in obese children (122.05), which increase food intake when subjected to emotions. Correlations between the value of the child's percentile score and the subscale “satiety responsiveness” (R Pearson=-0.311, p=0,000), “slowness in eating” (R Pearson=-0.279, p= 0,000), “enjoyment of food” (R Pearson=0.142, p=.049) and “emotional overeating” (R Pearson=-0.164, p=0.022) were also confirmed. These results allow us to consider that prevalence of obesity in the sample is quite high and the perception of parents about "satiety responsiveness", slowness in eating”, "enjoyment of food" and "emotional overeating" seem to be related with this phenomenon. We consider essential to involve all key-players in prevention and treatment of obesity. Some possibilities for action to combat obesity scourge, have been presented.2015-03-04T12:10:17Z2015-03-04T00:00:00Z2015-03-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/4273porSoqueiro, Maria do Carmo Paivainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:56:05Zoai:repositorio.utad.pt:10348/4273Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:06:17.404022Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A obesidade infantil tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos, devido essencialmente aos maus hábitos alimentares e ao sedentarismo (Pereira & Lopes, 2012). O comportamento alimentar e o estilo alimentar apresentam-se como aspetos a considerar na abordagem comportamental e psicológica da obesidade (Viana, 2002; Viana & Sinde, 2003). O presente estudo teve como objetivo analisar a forma como os pais percecionam o comportamento alimentar dos filhos e a sua relação com a obesidade. Trata-se de um estudo descritivo, correlacional, transversal, de abordagem quantitativa, envolvendo uma amostra de 197 crianças com idades entre os 3 e os 6 anos de idade e seus progenitores. Para a recolha de dados utilizamos um questionário de auto-preenchimento que foi aplicado aos pais/encarregados de educação, que incluía uma escala de comportamento alimentar (CEBQ). Para o tratamento de dados, recorremos ao Statistical Package for the Social Science (versão 20.0). Do total de crianças participantes no estudo, 49,2% eram do sexo masculino e 50,8% de sexo feminino, a maioria pertencia à classe etária dos 5-6 anos (69,0%) e frequentava o ensino pré-escolar público (51,3%). A maioria destas crianças (78,7%) foi recém-nascido de termo, nasceu com um peso de 2,5 a 4 Kg (91,4%), e o maior grupo (36,0%) fez aleitamento materno durante 7 ou mais meses. A prevalência de pré-obesidade na amostra de crianças é de 14,7%, enquanto a de obesidade é de 15,2%, taxa mais elevada do que a obtida noutros estudos. Não se verificaram diferenças estatísticas entre as proporções das classes de índice de massa corporal percentilado, quanto ao sexo, classe etária, tipo e estabelecimento de ensino. Constatou-se existirem diferenças estatísticas significativas altamente significativas (Kruskal-Wallis=17.635, p=0,001), entre a média de posição da subescala “Resposta à saciedade” das classes de índice de massa corporal percentilado, em que a mais elevada é a das crianças com baixo peso (138,34), cenário repetido na subescala “Ingestão lenta” (Kruskal-Wallis=16.640, p=0,001), com a média de posição das crianças de baixo peso a ser a mais alta (122,63). Por sua vez, na subescala “Prazer em comer”, também se verificaram diferenças estatísticas muito significativas (Kruskal-Wallis=12.110, p=0,007), em que a média de posição mais elevada é a das crianças com obesidade (124,41). O mesmo se verifica quanto à subescala “Sobre ingestão emocional” (Kruskal-Wallis=14.143, p=0,003), em que média de posição mais elevada é a das crianças obesas (122,05), que aumentam a ingestão de alimentos quando sujeitas a emoções. Também se confirmou existirem correlações entre o valor do percentil da criança e a pontuação da subescala “Resposta à saciedade” (R de Pearson=-0.311, p=0,000), pontuação da subescala “Ingestão lenta” (R de Pearson=-0.279, p=0,000), pontuação da escala “prazer em comer” (R de Pearson=0.142, p=.049) e pontuação da subescala “Sub-ingestão emocional” (R de Pearson=-0.164, p=0,022). Estes resultados permitem-nos afirmar que a prevalência de obesidade na amostra é bastante elevada e que a perceção dos pais acerca da “Resposta à saciedade”, “Ingestão lenta”, “Prazer em comer” e “Sub-ingestão emocional” parece estar relacionadas com aquele fenómeno. Consideramos essencial envolver todos os atores-chave na prevenção e tratamento da obesidade, tendo sido apresentadas algumas possibilidades de intervenção de combate ao flagelo da obesidade. |
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