Relativismo moral na gestão : risco ignorado da internacionalização?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Figueiredo, Paulo Guilherme Dias de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/28127
Resumo: As questões relacionadas com a expatriação têm sido um tema central de estudo em Gestão Internacional de Recursos Humanos nas últimas décadas. Está disponível investigação de grande relevo sob a ótica de gestão - a parte mais recente dizendo respeito aos padrões de mudança da expatriação, em direção a papéis mais flexíveis para os expatriados. Menos estudada tem sido a adaptação cultural dos expatriados, e menos ainda a componente ética da mesma. Na nossa perspectiva, o crescente número de incidentes legais envolvendo as operações de multinacionais - e, de fato, sua reputação - decorrentes do comportamento antiético dos seus gestores no terreno pode estar a revelar um risco significativo, mas desconsiderado, no processo de expatriação. Recorrendo a um estudo quantitativo, identificamos uma propensão dos expatriados portugueses para a adopção de normas dos países de expatriação, e uma correlação moderada positiva deste indicador com o relativismo moral - medido aplicando o Ethics Position Questionnaire (EPQ), bem estabelecido teste padrão de Forsyth (1980) - cuja relação com comportamentos não-éticos havia sido identificada em estudos anteriores. A forte e positiva correlação identificada, entre (1) o sentimento de os expatriados terem sido bem preparados para a expatriação, e (2) as empresas expatriadoras terem orientações normativas específicas para o processo, constitui, contudo, um importante factor mitigador do risco referido acima. No estudo, a amostra de portugueses expatriados e não expatriados é ainda normalizada para comparar a ideologia ética dominante entre empresários portugueses, em relação a outros países, pela primeira vez nos quase 40 anos de existência do EPQ. Os resultados colocam a amostra de gestores expatriados portugueses no quadrante “absolutista”, um factor também limitador de riscos de comportamentos não-éticos.
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