Responsabilidade internacional dos estados decorrente de violações praticadas por atores privados : a aplicabilidade do princípio da "devida deligência" na jurisprudência internacional no tocante à violência em razão do gênero

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pias, Verônica de Giacomo Pias
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/37373
Resumo: A presente dissertação analisa, sob o viés do Direito Internacional Público, as vertentes normativas, doutrinárias e jurisprudenciais mais relevantes acerca da problemática a envolver a responsabilidade internacional dos Estados decorrente das violações praticadas contra as mulheres por atores privados. Parte do pressuposto de que a imputabilidade é subsidiária e condicionada ao elemento subjetivo culpa, caracterizada, precipuamente, por uma omissão ilícita por parte do Estado no seu dever de prevenir a ofensa ou, posteriormente, de punir o agressor; propõe uma análise com ênfase no período posterior à II Guerra Mundial, em razão da internacionalização dos Direitos Humanos. Posteriormente, faz uma investigação por meio de um exame jurisprudencial de casos representativos sobre o assunto tanto no sistema global de Direitos Humanos, como também no sistema regional – prolatados, portanto, pela Comissão de Direitos Humanos das Mulheres, da ONU, pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos e pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. A ênfase da pesquisa será no Caso Maria da Penha vs. Brasil. Isto porque tal decisão foi inédita em âmbito interamericano no que concerne à responsabilização internacional de um Estado por um ato praticado por um agente privado em razão de violações aos Direitos Humanos das Mulheres – em que o Brasil não efetuou o ius puniendi de forma devida, gerando responsabilização. Nesse contexto, orienta-se o estudo no sentido de esclarecimento de conceitos fundamentais do Direito Internacional Público que devem permear as ações dos Estados que a eles se vinculam – seja por meio da participação como membro em organismos internacionais, seja pela assinatura e ratificação de instrumentos juridicamente vinculativos. Por fim, atenta-se à fase de cumprimento das obrigações secundárias, decorrentes da condenação, no intuito de verificar se as decisões de comissões e cortes internacionais possuem real efetividade em âmbito interno dos Estados – análise que somente é viável após o decurso do tempo desde a publicação do informe pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos até os dias atuais.
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Parte do pressuposto de que a imputabilidade é subsidiária e condicionada ao elemento subjetivo culpa, caracterizada, precipuamente, por uma omissão ilícita por parte do Estado no seu dever de prevenir a ofensa ou, posteriormente, de punir o agressor; propõe uma análise com ênfase no período posterior à II Guerra Mundial, em razão da internacionalização dos Direitos Humanos. Posteriormente, faz uma investigação por meio de um exame jurisprudencial de casos representativos sobre o assunto tanto no sistema global de Direitos Humanos, como também no sistema regional – prolatados, portanto, pela Comissão de Direitos Humanos das Mulheres, da ONU, pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos e pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. A ênfase da pesquisa será no Caso Maria da Penha vs. Brasil. Isto porque tal decisão foi inédita em âmbito interamericano no que concerne à responsabilização internacional de um Estado por um ato praticado por um agente privado em razão de violações aos Direitos Humanos das Mulheres – em que o Brasil não efetuou o ius puniendi de forma devida, gerando responsabilização. Nesse contexto, orienta-se o estudo no sentido de esclarecimento de conceitos fundamentais do Direito Internacional Público que devem permear as ações dos Estados que a eles se vinculam – seja por meio da participação como membro em organismos internacionais, seja pela assinatura e ratificação de instrumentos juridicamente vinculativos. Por fim, atenta-se à fase de cumprimento das obrigações secundárias, decorrentes da condenação, no intuito de verificar se as decisões de comissões e cortes internacionais possuem real efetividade em âmbito interno dos Estados – análise que somente é viável após o decurso do tempo desde a publicação do informe pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos até os dias atuais.This thesis analyses, according to the Public International Law, the most relevant normative, doctrinal and jurisprudential aspects on the problematic about the international state responsibility due to the violations against women by private actors. It is based on the theory that imputability is subsidiary and conditioned to the subjective element of guilt – an unlawful omission by the State in its duty to prevent the offense or, subsequently, to punish the aggressor; proposes an analysis based on doctrine and international diplomas, mainly on the period after World War II due to the internationalization of Human Rights. Subsequently, it carries out a jurisprudential examination of representative cases both in the global system of Human Rights, as well as in the regional system. The emphasis of the research will be in the Maria da Penha vs. Brazil leading case because this decision was unprecedented at the inter- American system regarding the international responsibility of a State for an act committed by a private agent for violations of the Human Rights of Women - in which Brazil did not carry out ius puniendi properly, generating accountability. In this context, the study is oriented towards clarifying fundamental concepts of Public International Law that must permeate the actions of the States that are bound by it - whether through being a state party in international organizations, or through the signature and ratification of instruments legally binding. Finally, it looks at the stage of secondary obligations compliance arising from the conviction, in order to verify that the decisions of international commissions and courts have real effectiveness at the internal level of the states - an analysis that is only possible after the lapse of time since the publication of the report by the Inter-American Commission on Human Rights until nowadays.Mesquita, Maria José Rangel deRepositório da Universidade de LisboaPias, Verônica de Giacomo Pias2019-03-08T16:01:22Z2018-10-292018-10-29T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/37373porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:34:32Zoai:repositorio.ul.pt:10451/37373Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:51:26.778225Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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