Plano curricular dos currículos específicos individuais - 2.º e 3.º ciclos: representações dos professores
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/20.500.11796/1498 |
Resumo: | É nosso propósito neste estudo, conhecer as linhas orientadoras em que se baseiam os professores do ensino regular para a construção do plano curricular dos alunos a frequentarem o 2.º e 3.º ciclos com Currículo Específico Individual (CEI) numa transição para a vida adulta, assim como a procura de estratégias e formação profissional diferenciada para o trabalho diário com estes alunos com Dificuldades Intelectuais e Desenvolvimentais (DID), em que a escola apesar de ser o trampolim para a sua vida em sociedade, precisa de dar a resposta mais adequada. Para tal, realizamos um conjunto de nove entrevistas semiestruturadas, dirigidas aos professores que lecionam com os alunos de CEI, na área do concelho de Valongo. Da análise das referidas entrevistas, constatamos que de facto, há uma aceitação por parte dos docentes, da inclusão destes alunos nas turmas do ensino regular, mas é essencialmente na base da intenção. Isto porque, tal como era expectável, os professores delegam o trabalho a realizar com o aluno no professor de educação especial, dando prioridade aos alunos do dito currículo comum, numa clara prática hegemónica. Também nesta situação, manifestam a sua preocupação pelos direitos constitucionais aplicados a estes alunos, mas ao contrário do que era de esperar, não conhecem o suporte legislativo. A noção de currículo é, de certo modo, dúbia nas práticas dos professores e na sua aplicação a alunos de CEI. Acresce a esta situação, o papel da escola com a interligação de uma uniformidade na heterogeneidade dos alunos e com fraco poder de gestão curricular perante o seu plano de estudos. Sobrepõe-se o currículo nacional ao currículo local, sendo que a autonomia da escola é condicionada pelas diretrizes da Tutela e surge num incumprimento, nomeadamente no estabelecer de parcerias com o exterior, aumentando o fosso que separa a escola da sociedade envolvente. O planeamento de novas respostas visa também a formação de professores, que percecionamos nesta análise como lacunar. Uma reflexão sobre estes dilemas conduz a que se consciencialize sobre o significado da imposição hegemónica das ações educativas, ao esperar da escola que ela adote um currículo diversificado e flexível e se assuma como parte da comunidade local, numa lógica de “escola para todos”.ABSTRACT It is our purpose, with this study, to know the guidelines that teachers of regular education base themselves, in order to build the curriculum plan for students of lower secondary education with ISC in transition to adulthood, as well as the search for strategies and specific training for daily work with these students, where school despite being the springboard for his life in society, needs to give the most appropriate response. To this purpose, we conducted a set of nine semi-structured interviews, addressed to teachers who work with students with ISC, in the Valongo area. Analyzing these interviews, we realized that in fact there is an acceptance by the teachers, the inclusion of these students in regular classes, but is essentially on the basis of intention. This is because, as was expected, teachers delegate the work to be done with the student in the special education teacher, giving priority to students of the said common curriculum, in a clear hegemonic practice. Also in this situation, teachers express their concern for the constitutional rights applied to these students, but contrary to what was expected, they don’t know the legislative support. The notion of curriculum is somewhat dubious in the teachers’ practices and its application to ISC students. We can also add to this situation, the role of the school interconnecting an uniformity in students heterogeneity with weak curriculum power management to plan their studies. The national curriculum overlaps to the local curriculum, and the school´s autonomy is constrained by the guidelines of the Undertaker and comes in a failure, mainly in establishing partnerships with the outside, increasing the gap that separates the school from the surrounding society. The planning of new responses also includes teachers training that we’ve realized, through this analysis that is unsatisfactory. A reflection on these dilemmas creates awareness about the meaning of an hegemonic imposition of educational activities, in expecting that school adopts a diverse, flexible curriculum and assumes itself as part of the local community, in light of a “school for everybody”. |
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Da análise das referidas entrevistas, constatamos que de facto, há uma aceitação por parte dos docentes, da inclusão destes alunos nas turmas do ensino regular, mas é essencialmente na base da intenção. Isto porque, tal como era expectável, os professores delegam o trabalho a realizar com o aluno no professor de educação especial, dando prioridade aos alunos do dito currículo comum, numa clara prática hegemónica. Também nesta situação, manifestam a sua preocupação pelos direitos constitucionais aplicados a estes alunos, mas ao contrário do que era de esperar, não conhecem o suporte legislativo. A noção de currículo é, de certo modo, dúbia nas práticas dos professores e na sua aplicação a alunos de CEI. Acresce a esta situação, o papel da escola com a interligação de uma uniformidade na heterogeneidade dos alunos e com fraco poder de gestão curricular perante o seu plano de estudos. Sobrepõe-se o currículo nacional ao currículo local, sendo que a autonomia da escola é condicionada pelas diretrizes da Tutela e surge num incumprimento, nomeadamente no estabelecer de parcerias com o exterior, aumentando o fosso que separa a escola da sociedade envolvente. O planeamento de novas respostas visa também a formação de professores, que percecionamos nesta análise como lacunar. Uma reflexão sobre estes dilemas conduz a que se consciencialize sobre o significado da imposição hegemónica das ações educativas, ao esperar da escola que ela adote um currículo diversificado e flexível e se assuma como parte da comunidade local, numa lógica de “escola para todos”.ABSTRACT It is our purpose, with this study, to know the guidelines that teachers of regular education base themselves, in order to build the curriculum plan for students of lower secondary education with ISC in transition to adulthood, as well as the search for strategies and specific training for daily work with these students, where school despite being the springboard for his life in society, needs to give the most appropriate response. To this purpose, we conducted a set of nine semi-structured interviews, addressed to teachers who work with students with ISC, in the Valongo area. Analyzing these interviews, we realized that in fact there is an acceptance by the teachers, the inclusion of these students in regular classes, but is essentially on the basis of intention. This is because, as was expected, teachers delegate the work to be done with the student in the special education teacher, giving priority to students of the said common curriculum, in a clear hegemonic practice. Also in this situation, teachers express their concern for the constitutional rights applied to these students, but contrary to what was expected, they don’t know the legislative support. The notion of curriculum is somewhat dubious in the teachers’ practices and its application to ISC students. We can also add to this situation, the role of the school interconnecting an uniformity in students heterogeneity with weak curriculum power management to plan their studies. The national curriculum overlaps to the local curriculum, and the school´s autonomy is constrained by the guidelines of the Undertaker and comes in a failure, mainly in establishing partnerships with the outside, increasing the gap that separates the school from the surrounding society. The planning of new responses also includes teachers training that we’ve realized, through this analysis that is unsatisfactory. 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