A memória como condição para o sucesso da cooperação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/32768 |
Resumo: | Cooperar é um dilema que em várias circunstâncias implica um investimento num futuro incerto, que pode não ter retorno caso o parceiro ou os parceiros de interacção sejam oportunistas. Cooperar é o ideal para o grupo mas não cooperar compensa a curto-prazo. É a decisão racional, que maximiza o ganho pessoal em sacrifício do bem comum. Contudo, se essa estratégia for dominante pode dar-se a tragédia do bem comum. A verdade é que a cooperação observa-se a todos os níveis de organização biológica em coexistência com o egoísmo, possivelmente porque terá evoluído para prevenir a tragédia. E se for esse o caso, é possível que a cognição humana tenha evoluído ao serviço dos mecanismos que sustentam a cooperação para a sobrevivência, nomeadamente o mecanismo de reciprocidade, que ao nível cognitivo implica memória e linguagem para o controlo pessoal e social do oportunismo, e ao nível social e psicológico consiste num sistema complexo de normas morais, julgamento, sanções e emoções sociais para a regulação de comportamento. Neste trabalho apresenta-se um modelo multi-agente desenvolvido com o objectivo de avaliar a importância da memória e da linguagem para a construção de uma rede social de reciprocidade que permita sustentar a cooperação em condições adversas à sobrevivência, e executa-se uma série de experiências que demonstram que a cooperação resolve a tragédia do bem comum no tempo de vida dos agentes e que a cognição é necessária à cooperação. O tipo de modelo desenvolvido permitirá no futuro investigar a questão principal que motiva este estudo: Será que condições ecológicas adversas pressionam selectivamente a evolução da cognição, por meio da necessidade de cooperação para a sobrevivência? |
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A memória como condição para o sucesso da cooperaçãoMemóriaCooperaçãoCogniçãoEcologia humanaInteligência artificial distribuídaNeurociências cognitivasPsicologia cognitivaLinguística cognitivaTeses de mestrado - 2018Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaDomínio/Área Científica::Ciências MédicasDomínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e LiteraturasCooperar é um dilema que em várias circunstâncias implica um investimento num futuro incerto, que pode não ter retorno caso o parceiro ou os parceiros de interacção sejam oportunistas. Cooperar é o ideal para o grupo mas não cooperar compensa a curto-prazo. É a decisão racional, que maximiza o ganho pessoal em sacrifício do bem comum. Contudo, se essa estratégia for dominante pode dar-se a tragédia do bem comum. A verdade é que a cooperação observa-se a todos os níveis de organização biológica em coexistência com o egoísmo, possivelmente porque terá evoluído para prevenir a tragédia. E se for esse o caso, é possível que a cognição humana tenha evoluído ao serviço dos mecanismos que sustentam a cooperação para a sobrevivência, nomeadamente o mecanismo de reciprocidade, que ao nível cognitivo implica memória e linguagem para o controlo pessoal e social do oportunismo, e ao nível social e psicológico consiste num sistema complexo de normas morais, julgamento, sanções e emoções sociais para a regulação de comportamento. Neste trabalho apresenta-se um modelo multi-agente desenvolvido com o objectivo de avaliar a importância da memória e da linguagem para a construção de uma rede social de reciprocidade que permita sustentar a cooperação em condições adversas à sobrevivência, e executa-se uma série de experiências que demonstram que a cooperação resolve a tragédia do bem comum no tempo de vida dos agentes e que a cognição é necessária à cooperação. O tipo de modelo desenvolvido permitirá no futuro investigar a questão principal que motiva este estudo: Será que condições ecológicas adversas pressionam selectivamente a evolução da cognição, por meio da necessidade de cooperação para a sobrevivência?To cooperate is a dilemma that in many circumstances implies an investment in an uncertain future, which may have no return if the partner or interaction partners are free-riders. Cooperation is the best for the group but selfishness compensates in the short term. It is the rational decision, which maximizes the personal gain while sacrificing the common good. However, if this is the dominant strategy, it may result in the tragedy of the commons. The truth is, cooperation is observed at all levels of biological organization in coexistence with selfishness, possibly because it has evolved to prevent the tragedy. And if that is the case, it is possible that human cognition has evolved at the service of the mechanisms that underpin cooperation for survival, in particular the mechanism of reciprocity, which at the cognitive level implies memory and language for personal and social control of free-riders, and at the social and psychological level consists of a complex system of moral norms, judgment, sanctions and social emotions to regulate behavior. In this paper we present a multi-agent model developed with the aim of evaluating the importance of memory and language to construct a social network of reciprocity to support cooperation in adverse conditions for survival. A series of experiments was carried out demonstrating that cooperation solves the tragedy of the commons in the lifetime of the agents and that cognition is necessary for cooperation. The type of model developed will allow further investigation whithin the main research question of this study: Do adverse ecological conditions selectively pressure the evolution of cognition through the need of cooperation for survival?Correia, LuísGarcia-Marques, LeonelRepositório da Universidade de LisboaSousa, David2018-04-13T09:22:37Z2018-02-222017-09-192018-02-22T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/32768TID:201891816porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:27:10Zoai:repositorio.ul.pt:10451/32768Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:47:56.729059Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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