Efeito de óleos essenciais no comportamento de Listeria monocytogenes inoculada em carne de bovino da raça Maronesa processada pela técnica de Sous vide cook-chill
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/7682 |
Resumo: | A técnica sous vide cook-chill (SVCC) é caracterizada por embalagem dos alimentos a vácuo seguida de pasteurização, rápido arrefecimento e armazenamento em refrigeração abaixo dos 3ºC. O tratamento térmico aplicado deve ser capaz de prevenir a sobrevivência de microrganismos capazes de se multiplicarem sob condições de anaerobiose e a temperaturas de refrigeração. L. monocytogenes apresenta estas caraterísticas, representando uma das maiores preocupações associadas a esta técnica. Por sua vez, a utilização de óleos essenciais (OEs) como ingredientes é uma estratégia que pode ser utilizada no controlo de microrganismos patogénicos pela sua atividade antimicrobiana. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivos, determinar o valor D para L. monocytogenes com e sem adição de OEs de Rosmarinus officinalis (alecrim), Thymus vulgaris (tomilho) e Salvia officinalis (salva) em carne de bovino da raça Maronesa; identificar e quantificar os compostos voláteis presentes nestes OEs e avaliar o efeito dos OEs no comportamento de L. monocytogenes inoculada em carne de bovino da raça Maronesa processada pela técnica de SVCC armazenada a 2ºC e 8ºC ao fim de 1, 2, 3, 7, 17, 21 e 28 dias. Avaliou-se igualmente a presença de microbiota patogénica (L. monocytogenes, Bacillus cereus, Clostridium perfringens e Clostrídios sulfito-redutores) e deteriorativa (bactérias do ácido láctico, Enterobacteriaceae, fungos, microrganismos mesófilos e psicrotróficos). A partir dos resultados do comportamento de L. monocytogenes, os dados foram ajustados a partir de um modelo terciário em função do modelo de Baranyi (1994) utilizando o programa DMFit 2.0. Verificou-se que a adição dos OEs conduziu a diferenças muito ligeiras no valor D para L. monocytogenes. Os principais componentes do OE de alecrim foram 1,8-cineol (13,05%), cânfora (8,93%), verbenona (8,58%), endo-borneol (7,87%) e α-pineno (6,78%). Do OE de tomilho, foram o linalol (18,18%), timol (7,48%), limoneno (6,49%), endo-borneol (5,86%), e terpineno-4-ol (5,66%), e por último do OE de salva, β-pineno (11,70%), cânfora (8,21%), β-tujona (7,82%), 1,8 cineol (5,19%) e o endo-borneol (4,87%). Consequentemente, o comportamento de L. monocytogenes foi influenciado pela adição destes OEs, bem como pela temperatura de armazenamento, sendo que o OE de alecrim mostrou maior atividade antimicrobiana comparativamente ao OE de tomilho e salva, principalmente quando aplicado o tratamento térmico F=3D. Foi demostrado que a aplicação de temperaturas abusivas, 8ºC, foi preponderante para o elevado desenvolvimento de L. monocytogenes, mesmo quando adicionados os OEs. Por outro lado, no que diz respeito à microbiota deteriorativa e foi observado que o método SVCC assegurou a qualidade durante 28 dias. Relativamente à aplicação do modelo terciário em função do modelo de Baranyi, observou-se bom ajuste dos dados do comportamento de L. monocytogenes, verificando-se de uma forma geral, à temperatura de 8ºC, um aumento da duração da fase lag com a adição dos OEs e com o aumento da duração do tratamento térmico. |
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Efeito de óleos essenciais no comportamento de Listeria monocytogenes inoculada em carne de bovino da raça Maronesa processada pela técnica de Sous vide cook-chillSegurança alimentarCarne de bovino (raça Maronesa)Listeria monocytogenesÓleos essenciaisA técnica sous vide cook-chill (SVCC) é caracterizada por embalagem dos alimentos a vácuo seguida de pasteurização, rápido arrefecimento e armazenamento em refrigeração abaixo dos 3ºC. O tratamento térmico aplicado deve ser capaz de prevenir a sobrevivência de microrganismos capazes de se multiplicarem sob condições de anaerobiose e a temperaturas de refrigeração. L. monocytogenes apresenta estas caraterísticas, representando uma das maiores preocupações associadas a esta técnica. Por sua vez, a utilização de óleos essenciais (OEs) como ingredientes é uma estratégia que pode ser utilizada no controlo de microrganismos patogénicos pela sua atividade antimicrobiana. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivos, determinar o valor D para L. monocytogenes com e sem adição de OEs de Rosmarinus officinalis (alecrim), Thymus vulgaris (tomilho) e Salvia officinalis (salva) em carne de bovino da raça Maronesa; identificar e quantificar os compostos voláteis presentes nestes OEs e avaliar o efeito dos OEs no comportamento de L. monocytogenes inoculada em carne de bovino da raça Maronesa processada pela técnica de SVCC armazenada a 2ºC e 8ºC ao fim de 1, 2, 3, 7, 17, 21 e 28 dias. Avaliou-se igualmente a presença de microbiota patogénica (L. monocytogenes, Bacillus cereus, Clostridium perfringens e Clostrídios sulfito-redutores) e deteriorativa (bactérias do ácido láctico, Enterobacteriaceae, fungos, microrganismos mesófilos e psicrotróficos). A partir dos resultados do comportamento de L. monocytogenes, os dados foram ajustados a partir de um modelo terciário em função do modelo de Baranyi (1994) utilizando o programa DMFit 2.0. Verificou-se que a adição dos OEs conduziu a diferenças muito ligeiras no valor D para L. monocytogenes. Os principais componentes do OE de alecrim foram 1,8-cineol (13,05%), cânfora (8,93%), verbenona (8,58%), endo-borneol (7,87%) e α-pineno (6,78%). Do OE de tomilho, foram o linalol (18,18%), timol (7,48%), limoneno (6,49%), endo-borneol (5,86%), e terpineno-4-ol (5,66%), e por último do OE de salva, β-pineno (11,70%), cânfora (8,21%), β-tujona (7,82%), 1,8 cineol (5,19%) e o endo-borneol (4,87%). Consequentemente, o comportamento de L. monocytogenes foi influenciado pela adição destes OEs, bem como pela temperatura de armazenamento, sendo que o OE de alecrim mostrou maior atividade antimicrobiana comparativamente ao OE de tomilho e salva, principalmente quando aplicado o tratamento térmico F=3D. Foi demostrado que a aplicação de temperaturas abusivas, 8ºC, foi preponderante para o elevado desenvolvimento de L. monocytogenes, mesmo quando adicionados os OEs. Por outro lado, no que diz respeito à microbiota deteriorativa e foi observado que o método SVCC assegurou a qualidade durante 28 dias. Relativamente à aplicação do modelo terciário em função do modelo de Baranyi, observou-se bom ajuste dos dados do comportamento de L. monocytogenes, verificando-se de uma forma geral, à temperatura de 8ºC, um aumento da duração da fase lag com a adição dos OEs e com o aumento da duração do tratamento térmico.Sous vide cook-chill (SVCC) is a technology characterized by vacuum packaging of raw or partially prepared foods before pasteurization, followed by rapid chilling and chilled storage below 3ºC.). To assure the products safety, the pasteurization must prevent the survival of pathogenic bacteria, which are able to multiply in the food under anaerobic conditions, and chilled storage temperatures. L. monocyotogenes has those characteristics, representing a major concern associated with this technology. Consequently, the use of the essential oils (EOs) as ingredients is a strategy that can be used to control pathogenic bacteria for its antimicrobial activity. Thus, the aim of this study was determinate the D-value to L. monocytogenes with and without Rosmarinus officinalis (rosemary) EO, Thymus vulgaris (thyme) EO and Salvia officinalis (sage) in Maronesa beef, identification and quantification of volatile compounds present in EOs, evaluate the effect of EOs in the behaviour of L. monocytogenes inoculated in Maronesa beef processed by SVCC technology, stored at 2ºC and 8ºC after, 1, 2, 3, 7, 14, 21 and 28 days. It was evaluated the presence of pathogenic (L. monocytogenes, Bacillus cereus, Clostridium perfringens and sulphite-reducing clostridia) and spoilage (lactic acid bacteria, Enterobacteriaceae, moulds, mesophilic and psychrotrophic microorganisms). From the L. monocytogenes results, the data was fitted by using the Baranyi (1994) model through DMFit program. It was found that the addition of EOs didn´t lead to substantial differences between D-values to L. monocytogenes. The main compounds of rosemary EO were, 1,8-cineol (13,05%, camphor (8,93%), verbenone (8,58%), endo-borneol (7,87%) and α-pinene (6,78%). Thyme EO, with linalool (18,18%), thymol (7,48%), limonene (6,49%), endo-borneol (5,86%) and terpinen-4-ol (5,66%), and finally sage EO, β-pinene (11,70%), camphor (8,21%), β-thujone (7,82%), 1,8-cineol (5,19%) and endo-borneol (4,87%). Consequently, the behaviour of L. monocytogenes was influenced by the addiction of these EOs, as well as the storage temperature, and rosemary EO showed higher antimicrobial activity comparatively to the thyme and sage EOs, especially when applied the heat treatment, F=3D. It has been shown that the application of abusive temperatures, even when the EOs was added. On the other hand, in regard to spoilage bacteria, it was observed that SVCC technology assured the quality for 28 days. As regards the application of the tertiary model, this showed a good fit to the data of L. monocytogenes and found in general, at 8ºC, an increase in lag phase with the addition of Eos and with the increasing time of heat treatment.2017-05-25T15:11:09Z2016-01-01T00:00:00Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/7682pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessGouveia, Ana Rita Sousareponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:40:22Zoai:repositorio.utad.pt:10348/7682Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:02:34.727309Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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