deslocamentos crianceiros, conversas transviadas: coisas da educação e de afirmação de uma vida que importa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: rodrigues, alexsandro
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: brasileiro, castiel vitorino, zamboni, jésio, ferreira, marcelo santana, roseiro, steferson zanoni
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. Online)
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/33631
Resumo: A partir da premissa que a criança é um outro perigoso que precisa ser controlado, esse artigo propõe acompanhar – e, em dada medida, inventar – as infâncias errantes, desviadas e transviadas como campo de possibilidades para afirmar uma vida que difere de si mesma. Compreendendo a partir de René Schérer, Guy Hocquenghem e Michel Foucault que as infâncias são relegadas a uma ordem de instituições que as sequestram sem parar, isto é, que veementemente se lançam sobre elas para lhes ceifar o campo das possibilidades, esse texto tenta se aliar às crianças e as suas travessuras. Assim, essa escrita busca afirmar a criança enquanto categoria analítica, enquanto ficção de processos de rememoração. Nessa aventura, é o processo de invenção que se alia à memória e põe para trabalhar os conceitos e as afecções da racialidade, de gênero e de sexualidade. Aqui, é a criança que borra os limites dessas categorias, que faz sumir as estabilidades da existência. Porque malditas, as crianças (des)viadas não se satisfazem com as infâncias sequestradas que lhes imprimem. Riem e zombam das histórias da infância tão confortavelmente contadas no mundo dos adultos. As crianças aqui presentes são potentes justamente por estabelecerem linhas de resistência frente às violências, ao racismo, à heterossexualidade compulsória, à misoginia. Travessas, as crianças apenas riem e convidam aos outros com seus rastros de traquinagem.
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Compreendendo a partir de René Schérer, Guy Hocquenghem e Michel Foucault que as infâncias são relegadas a uma ordem de instituições que as sequestram sem parar, isto é, que veementemente se lançam sobre elas para lhes ceifar o campo das possibilidades, esse texto tenta se aliar às crianças e as suas travessuras. Assim, essa escrita busca afirmar a criança enquanto categoria analítica, enquanto ficção de processos de rememoração. Nessa aventura, é o processo de invenção que se alia à memória e põe para trabalhar os conceitos e as afecções da racialidade, de gênero e de sexualidade. Aqui, é a criança que borra os limites dessas categorias, que faz sumir as estabilidades da existência. Porque malditas, as crianças (des)viadas não se satisfazem com as infâncias sequestradas que lhes imprimem. Riem e zombam das histórias da infância tão confortavelmente contadas no mundo dos adultos. As crianças aqui presentes são potentes justamente por estabelecerem linhas de resistência frente às violências, ao racismo, à heterossexualidade compulsória, à misoginia. Travessas, as crianças apenas riem e convidam aos outros com seus rastros de traquinagem.From the premise that the child is a dangerous other and that so must be controlled, this essay proposes to accompany – and, someway, to invent – the errant, devious and fag childhood as a possibility field to affirm the life that differs from itself. Understanding with René Schérer, Guy Hocquenghem and Michel Foucault that the childhoods are relegated to an order of institutions that kidnaps them in nonstop, it is, an order of institutions that strongly haunt the childhoods to reap the possibility fields, this text tries to ally with the children and their tricks. Therefore, this writing aims to affirm the child as an analytical category, as a fiction of the remembrance processes. In this adventure, it is the invention processes itself that allies to the memory and makes the concepts and the affects of raciality, gender and sexuality work. Here the child erase the limits of those categories and throw in the air the stability of the existence. Because they are tricky, the errant children do not satisfy themselves with the kidnaped childhood on selling. They laugh and mock on the comfortable childhood stories told in the adult world. The children here presented are powerful because they stablish resistance lines to face the violence, the racism, the compulsory heterosexuality and the misogyny. Tricky, the children just laugh and invite the others with their trail of romp.Partiendo de la premisa de que el niño es un otro peligroso y que debe ser controlado, este ensayo propone acompañar – y, de alguna manera, inventar – la infancia andante, desviada y maricona como un campo de posibilidad para afirmar la vida que difiere de sí misma. Comprendiendo con René Schérer, Guy Hocquenghem y Michel Foucault que las infancias están relegadas a un orden de instituciones que las secuestran sin parar, esto és, un orden de instituciones que persiguen fuertemente a la infancia para cosechar los campos de posibilidades, este texto trata de aliarse con los niños y sus trucos. Por lo tanto, este escrito apunta a afirmar al niño como una categoría analítica, como una ficción de los procesos de recuerdo. En esta aventura, es el proceso de invención el que se alía con la memoria y hace que los conceptos y los efectos de la raza, el género y la sexualidad funcionen. Aquí el niño borra los límites de esas categorías y lanza al aire la estabilidad de la existencia. Debido a que son engañosas, los niños andantes no se satisfacen con la infancia secuestrada al vender. Se ríen y se burlan de las cómodas historias infantiles contadas en el mundo de los adultos. Los niños aquí presentados son poderosos porque establecen líneas de resistencia para enfrentar la violencia, el racismo, la heterosexualidad obligatoria y la misoginia. Traviesos, los niños solo se ríen e invitan a los demás con su rastro de jugueteo.Universidade do Estado do Rio de Janeiro2018-05-07info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/3363110.12957/childphilo.2018.33631childhood & philosophy; Vol. 14 Núm. 30 (2018): mayo/sep.; 407-426childhood & philosophy; v. 14 n. 30 (2018): maio/ago.; 407-426childhood & philosophy; Vol. 14 No. 30 (2018): may/aug.; 407-4261984-5987reponame:Childhood & Philosophy (Rio de Janeiro. 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