As ciências desenvolvimentais e o desafio da complexidade epistemológica: uma análise da teoria do apego de Bowlby

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pires, Marcelo da Silva Alves
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23917
Resumo: A tarefa de descrever e explicar fenômenos desenvolvimentais dependentes de fontes de influência plurais nos confronta com a questão epistêmico-metodológica da complexidade. Como todo processo desenvolvimental, a teoria do apego, proposta e desenvolvida por Bowlby e Ainsworth, é reconhecida por sua natureza complexa. Mas as pesquisas recentes ainda parecem prestar pouca atenção aos processos interativos entre os diferentes fatores de relevância conhecida. Desse modo, chegamos à pergunta fundamental desse estudo: em que medida o consenso teórico em torno da complexidade do processo desenvolvimental do apego, especialmente no que se refere ao aspecto relativo à interação entre diferentes fontes de influências conhecidas, encontra contrapartida e suporte na pesquisa empírica? O objetivo geral deste trabalho pode ser, então, assim descrito: descrever e analisar se, e de que forma (a partir de que estratégias, recursos e ferramentas metodológicas), a pesquisa recente (2005-2014) no contexto da teoria do apego tem contribuído para o avanço quanto ao entendimento da formação e desenvolvimento do apego enquanto fenômeno complexo. Para tanto, discutimos a questão da complexidade referente aos processos desenvolvimentais, incluindo uma breve contextualização da teoria da complexidade, da dicotomia nature x nurture, de algumas importantes contribuições sobre a complexidade do desenvolvimento e de alguns dos desafios metodológicos presentes. E buscamos identificar e descrever como a teoria do apego incorpora a complexidade relativa a seu objeto de estudo. A análise da produção empírica recente foi realizada a partir de revisão sistemática da literatura empírica recente em teoria do apego. Foram selecionados 336 textos completos de artigos científicos nas bases PsycInfo e Scielo. A análise foi realizada considerando as seguintes categorias: (1) número de fontes de influência, ou variáveis, investigadas; (2) presença de debates interdisciplinares e tentativa de integração de múltiplos domínios; (3) investigação de fatores intervenientes; (4) uso de análise de regressão múltipla e modelagem de equações estruturais; (5) uso de desenhos longitudinais e transculturais; (6) presença de sugestões de que estudos futuros avancem em algum dos critérios aqui associados à complexidade. Apesar de dois terços dos artigos incluírem, pelo menos, uma terceira variável, apenas 38,7% dos mesmos envolvem alguma investigação de relações intervenientes, e a mesma proporção foi encontrada para o uso de estatística complexa, como análises de regressão múltipla ou modelagem por equações estruturais. Mais de 60% do total de artigos analisados se limitou à análise de relações correlacionais e preditivas lineares simples. Apesar de muitos estudos indicarem a necessidade de que próximas investigações invistam em desenhos mais complexos, é baixo o número de estudos que conseguem ir além de modelos explicativos lineares. Apresentamos estudos que investigam múltiplas variáveis, que utilizam de métodos complexos de análise e que buscam um diálogo produtivo envolvendo fatores de diferentes níveis de análise. Mas o estudo de relações lineares entre pares de variáveis ainda é prevalente. A pesquisa empírica recente, então, nos mostra que, apesar de toda dificuldade metodológica envolvida no desafio de investigar a complexidade dos processos desenvolvimentais, este é um desafio possível, não ignorado, mas que ainda necessita de maiores investimentos.
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Desse modo, chegamos à pergunta fundamental desse estudo: em que medida o consenso teórico em torno da complexidade do processo desenvolvimental do apego, especialmente no que se refere ao aspecto relativo à interação entre diferentes fontes de influências conhecidas, encontra contrapartida e suporte na pesquisa empírica? O objetivo geral deste trabalho pode ser, então, assim descrito: descrever e analisar se, e de que forma (a partir de que estratégias, recursos e ferramentas metodológicas), a pesquisa recente (2005-2014) no contexto da teoria do apego tem contribuído para o avanço quanto ao entendimento da formação e desenvolvimento do apego enquanto fenômeno complexo. Para tanto, discutimos a questão da complexidade referente aos processos desenvolvimentais, incluindo uma breve contextualização da teoria da complexidade, da dicotomia nature x nurture, de algumas importantes contribuições sobre a complexidade do desenvolvimento e de alguns dos desafios metodológicos presentes. E buscamos identificar e descrever como a teoria do apego incorpora a complexidade relativa a seu objeto de estudo. A análise da produção empírica recente foi realizada a partir de revisão sistemática da literatura empírica recente em teoria do apego. Foram selecionados 336 textos completos de artigos científicos nas bases PsycInfo e Scielo. A análise foi realizada considerando as seguintes categorias: (1) número de fontes de influência, ou variáveis, investigadas; (2) presença de debates interdisciplinares e tentativa de integração de múltiplos domínios; (3) investigação de fatores intervenientes; (4) uso de análise de regressão múltipla e modelagem de equações estruturais; (5) uso de desenhos longitudinais e transculturais; (6) presença de sugestões de que estudos futuros avancem em algum dos critérios aqui associados à complexidade. Apesar de dois terços dos artigos incluírem, pelo menos, uma terceira variável, apenas 38,7% dos mesmos envolvem alguma investigação de relações intervenientes, e a mesma proporção foi encontrada para o uso de estatística complexa, como análises de regressão múltipla ou modelagem por equações estruturais. Mais de 60% do total de artigos analisados se limitou à análise de relações correlacionais e preditivas lineares simples. Apesar de muitos estudos indicarem a necessidade de que próximas investigações invistam em desenhos mais complexos, é baixo o número de estudos que conseguem ir além de modelos explicativos lineares. Apresentamos estudos que investigam múltiplas variáveis, que utilizam de métodos complexos de análise e que buscam um diálogo produtivo envolvendo fatores de diferentes níveis de análise. Mas o estudo de relações lineares entre pares de variáveis ainda é prevalente. A pesquisa empírica recente, então, nos mostra que, apesar de toda dificuldade metodológica envolvida no desafio de investigar a complexidade dos processos desenvolvimentais, este é um desafio possível, não ignorado, mas que ainda necessita de maiores investimentos.The task of describing and explaining developmental phenomena dependent on plural sources of influence confronts us with the epistemic-methodological question of complexity. Like any developmental process, the attachment theory, proposed and developed by Bowlby and Ainsworth, is recognized by its complex nature. But recent research still seems to pay little attention to the interactive processes between the different factors of known relevance. Thus, we reach at the fundamental question of this study: to what extent does the theoretical consensus about the complexity of the developmental process of attachment, especially with regard to the aspect related to the interaction between different sources of known influences, find counterpart and support in empirical research? The general objective of this work can be described as follows: describe and analyze if, and in what way (from which strategies, resources and methodological tools), the recent research (2005-2014) in the context of attachment theory has Contributed to the advancement in understanding the formation and development of attachment as a complex phenomenon. Therefore, we discuss the issue of complexity related to developmental processes, including a brief background of complexity theory, dichotomy nature x nurture, some important contributions to the development complexity and some of the methodological challenges present. And we seek to identify and describe how the attachment theory incorporates the complexity relative to its object of study. The analysis of recent empirical production was carried out from a systematic review of the recent empirical literature on attachment theory. We selected 336 complete texts of scientific articles in the PsycInfo and Scielo databases. The analysis was performed considering the following categories: (1) number of sources of influence, or variables, investigated; (2) the presence of interdisciplinary debates and the attempt to integrate multiple domains; (3) investigation of intervening factors; (4) use of multiple regression analysis and modeling of structural equations; (5) use of longitudinal and cross-cultural designs; (6) the presence of suggestions that future studies advance in any of the criteria associated with complexity. Although two-thirds of articles include at least a third variable, only 38.7% of them involve some investigation of intervening relationships, and the same proportion was found for the use of complex statistics, such as multiple regression analysis or structural equation modeling. More than 60% of the articles analyzed were limited to the analysis of correlational and predictive linear relationships. Although many studies indicate the need for future investigations to invest in more complex designs, the number of studies that go beyond linear explanatory models is low. We present studies that investigate multiple variables that use complex methods of analysis and that seek a productive dialogue involving factors of different levels of analysis. But the study of linear relationships between pairs of variables is still prevalent. Recent empirical research, then, shows us that, despite all the methodological difficulties involved in the challenge of investigating the complexity of developmental processes, this is a possible challenge, not ignored but still requiring more investment.Submitted by Marcelo da Silva Alves Pires (marceloalvespires@yahoo.com.br) on 2017-05-05T14:23:32Z No. of bitstreams: 1 Tese de Doutorado - Marcelo Pires - 2017.pdf: 1075999 bytes, checksum: aa5a7e7a0259f50a4ee364ea20459281 (MD5)Approved for entry into archive by Hozana Azevedo (hazevedo@ufba.br) on 2017-08-10T13:28:05Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese de Doutorado - Marcelo Pires - 2017.pdf: 1075999 bytes, checksum: aa5a7e7a0259f50a4ee364ea20459281 (MD5)Made available in DSpace on 2017-08-10T13:28:05Z (GMT). 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