Culinária e gastronomia: uma questão de gênero?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34154 |
Resumo: | O método de aculturização faz com que perdurem os segredos, os costumes e os procedimentos, nem sempre contidos em livros e revistas. Através dele cristalizouse a ideia de que cozinha não é lugar de homem e que para casar uma mulher precisa saber cozinhar. Com isso criou-se um sistema de gênero relacionado com a produção do alimento no meio familiar. Com a idéia de que tanto a culinária quanto a gastronomia são grandes caldeirões sócio culturais, organizamos a presente pesquisa, no sentido de responder como se comportam homens e mulheres no novo cenário gastronômico e culinário. Os dados foram coletados de agosto de 2009 a agosto de 2010, de forma não sistemática, em site da internet, livrarias, discentes, docentes e familiares de estudantes de gastronomia de duas capitais brasileiras. A análise mostrou que no espaço doméstico o cozinhar ainda continua como tarefa de mulheres, principalmente das mais velhas. Isso causa estranheza aos familiares quanto à escolha dos rapazes para o curso de gastronomia. Comentam sobre a inabilidade da juventude em lidar com as panelas, o fogo, não gravar os lugares onde os objetos culinários são guardados, além de delegar para outra pessoa a limpeza dos utensílios usados. A passagem do cozinhar do espaço privado para o espaço público implica na construção de novos sistemas de gênero. A cozinha gastronômica é espaço de homens e não combina com a fragilidade feminina. Geralmente elas são encaminhadas para trabalhos mais delicados como confeitaria, saladas, sopas e caldos, representantes da culinária. Trabalhos mais pesados como panificação, carne, brasas e massas são destinados aos homens. Além disso, é comum um universo exclusivamente feminino, quando o chef é uma mulher. Se a cozinha de casa é um espaço feminino, não valorizado socialmente, a profissão de chef de cozinha, hoje disputada no mercado, tem sido destinada, sobretudo, aos profissionais masculinos, dos quais se exige cada vez mais qualificação. Concluímos inferindo que no universo culinário são recriadas as receitas de novos sistemas de gênero, mas, a gastronomia permanece masculina e a culinária feminina. Apesar das tradições culturais sobre homens e mulheres no universo culinário e gastronômico é possível, e preciso, traçar um perfil único para o contexto familiar: homens e mulheres envolvidos na produção dos alimentos, num verdadeiro compartilhamento das tarefas domésticas. |
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Culinária e gastronomia: uma questão de gênero?Cooking and gastronomy: a gender issue?CulináriaGastronomiaGênero e gastronomiaGênero e culináriaQuestão de gêneroCozinha - questão de gêneroCozinha gastronômicaChef de cozinhaUniverso culinário - homens e mulheresHomens na cozinhaCookingGastronomyGender and gastronomyGender and cuisineGender issueKitchen - gender issueGastronomic cuisinechefCulinary universe - men and womenMen in the kitchenHistória.Cultura.O método de aculturização faz com que perdurem os segredos, os costumes e os procedimentos, nem sempre contidos em livros e revistas. Através dele cristalizouse a ideia de que cozinha não é lugar de homem e que para casar uma mulher precisa saber cozinhar. Com isso criou-se um sistema de gênero relacionado com a produção do alimento no meio familiar. Com a idéia de que tanto a culinária quanto a gastronomia são grandes caldeirões sócio culturais, organizamos a presente pesquisa, no sentido de responder como se comportam homens e mulheres no novo cenário gastronômico e culinário. Os dados foram coletados de agosto de 2009 a agosto de 2010, de forma não sistemática, em site da internet, livrarias, discentes, docentes e familiares de estudantes de gastronomia de duas capitais brasileiras. A análise mostrou que no espaço doméstico o cozinhar ainda continua como tarefa de mulheres, principalmente das mais velhas. Isso causa estranheza aos familiares quanto à escolha dos rapazes para o curso de gastronomia. Comentam sobre a inabilidade da juventude em lidar com as panelas, o fogo, não gravar os lugares onde os objetos culinários são guardados, além de delegar para outra pessoa a limpeza dos utensílios usados. A passagem do cozinhar do espaço privado para o espaço público implica na construção de novos sistemas de gênero. A cozinha gastronômica é espaço de homens e não combina com a fragilidade feminina. Geralmente elas são encaminhadas para trabalhos mais delicados como confeitaria, saladas, sopas e caldos, representantes da culinária. Trabalhos mais pesados como panificação, carne, brasas e massas são destinados aos homens. Além disso, é comum um universo exclusivamente feminino, quando o chef é uma mulher. Se a cozinha de casa é um espaço feminino, não valorizado socialmente, a profissão de chef de cozinha, hoje disputada no mercado, tem sido destinada, sobretudo, aos profissionais masculinos, dos quais se exige cada vez mais qualificação. Concluímos inferindo que no universo culinário são recriadas as receitas de novos sistemas de gênero, mas, a gastronomia permanece masculina e a culinária feminina. Apesar das tradições culturais sobre homens e mulheres no universo culinário e gastronômico é possível, e preciso, traçar um perfil único para o contexto familiar: homens e mulheres envolvidos na produção dos alimentos, num verdadeiro compartilhamento das tarefas domésticas.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilUFCG20102024-01-29T17:49:58Z2024-01-292024-01-29T17:49:58Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34154OLIVEIRA, Maria Francinete de; OLIVEIRA BISNETO, Antonio Vitorino de. Culinária e gastronomia: uma questão de gênero? In: II Colóquio Internacional de História: fontes históricas, ensino e história da educação. GT 08: História da educação, inclusão social, diversidade e fronteiras de gênero. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2º, 2010. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2010. p. 1278-1286. ISSN: 2179 2010. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34154porOLIVEIRA, Maria Francinete de.OLIVEIRA BISNETO, Antonio Vitorino de.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2024-02-02T17:08:46Zoai:localhost:riufcg/34154Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512024-02-02T17:08:46Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false |
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