Influência do envelhecimento no perfil de síntese de citocinas em indivíduos portadores da infecção crônica pelo schistosoma mansoni

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Elaine Speziali de Faria
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9GAEW7
Resumo: A imunosenescência têm sido bem descrita em humanos e em uma variedade de espécies animais apresentando grande influência nas alterações funcionais do sistema imune que podem ser observadas tanto em órgãos linfóides, quanto nos componentes celulares do sistema imunológico. Foi demonstrado, por exemplo, alterações no fenótipo, repertório e ativação dos linfócitos, bem como no perfil de citocinas produzido por essas células. Existe, também uma forte associação entre resistência a infecções e reinfecções por parasitos helmínticos Schistosoma sp. e senescência. Na esquistossomose humana, por exemplo, a intensidade de infecção aumenta muito nas duas primeiras décadas de vida. A partir dos 30 anos de idade, esses mesmos indivíduos apresentam um declínio progressivo na intensidade da infecção que poderia ser devido à presença de mecanismos imunomoduladores. É uma doença crônica e se sobrepõe ao processo de envelhecimento. Nesse estudo, estudamos a influência das alterações imunológicas que ocorrem durante a senescência na esquistossomose humana. Indivíduos entre 10-95 anos de idade foram divididos em 4 grupos (10-24; 25-49; 50-69 e 70-95) de acordo com a intensidade da infecção em função dessa categoria (>100 ovos/g fezes), de ambos os sexos, moradores de área endêmica. Indivíduos que se mostraram negativos para ovos no exame de fezes pertencentes às mesmas faixas etárias descritas acima foram considerados nosso grupo controle. Nós analisamos, por citometria de fluxo, o perfil de síntese de citocinas por leucócitos do sangue periférico (células NK, linfócitos B, TCD4 e TCD8) após incubação in vitro de 5 horas com meio de cultura ou com os antígenos (SEA ou SWAP). Ao analisarmos os leucócitos totais do sangue periférico observamos, na cultura não estimulada, que o envelhecimento está associado ao aumento do percentual de IL-10 por leucócitos do sangue periférico em indivíduos idosos negativos e infectados, sugerindo um aumento na capacidade de modular a infecção maior que os indivíduos jovens. Além disso, também observamos paralelo ao aumento de IL-10, o aumento no percentual de IL-2 por esses leucócitos nos indivíduos infectados mais idosos (70-95 anos), sugerindo o aumento da reatividade celular ou apoptose das células. O perfil de síntese de citocinas por células NK, linfócitos B, TCD4 e TCD8, não estimulados, mostrou-se também bastante alterado com o envelhecimento. Nós observamos que, na idade jovem, há uma grande participação dos linfócitos T CD8+ caracterizado pelo aumento IL2+,IFN- +,IL-4+. Com a infecção, esse perfil muda, levando à diminuição dessas células positivas para IL-2 e IL-4, mas mantendo alto o percentual de células positivas para IL-10 e IFN- . Com o envelhecimento, observamos um perfil diferente. Existe uma grande contribuição de células T CD4+ caracterizado pelo aumento de células IL-10+ e IFN- +. Com a infecção, evidenciamos uma forte contribuição de ambas as subpopulações de linfócitos. Ocorre a diminuição de células T CD4+IL-10+ e IFN- + e o aumento de células CD4+IL-2+. Com relação aos linfócitos T CD8+, ocorre uma leve diminuição de células IL-4+ e IFN- + e um aumento de células CD8+ IL-10+ nessa faixa etária. Ao estimularmos a cultura de células com antígenos solúveis do ovo (SEA) ou antígenos solúveis do verme adulto (SWAP), os indivíduos idosos infectados (70-95 anos) mostraram um aumento no percentual de células CD16+IFN + que não foi observado em indivíduos negativos idosos (70-95 anos) e, uma diminuição no percentual de linfócitos B positivos para IL-10. Os resultados mostram que as diferenças se localizam nos polos extremos da vida. Os indivíduos adultos entre 25 e 69 anos apresentam padrões relativamente estáveis de síntese de citocinas. No entanto, diferenças marcantes nos padrões de citocinas positivas principalmente para células CD4+, CD16+ e CD8+ foram observadas em indivíduos negativos e infectados acima de 70 anos de idade. Esses dados sugerem fortemente que as alterações imunológicas encontradas estão relacionadas ao processo do envelhecimento. Além disso, a manutenção do percentual elevado de IL10 (mesmo que sintetizado por diferentes populações celulares) nos indivíduos infectados idosos provavelmente está diretamente relacionada à indução de mecanismos imunomoduladores típicos da fase crônica da infecção. Podemos dizer que o envelhecimento tem um forte efeito no percentual de citocinas e na imunidade a infecção pelo S. mansoni.
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spelling Ana Maria Caetano de FariaRodrigo Correa OliveiraJeffrey BehonyElaine Speziali de Faria2019-08-14T09:18:52Z2019-08-14T09:18:52Z2004-08-24http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9GAEW7A imunosenescência têm sido bem descrita em humanos e em uma variedade de espécies animais apresentando grande influência nas alterações funcionais do sistema imune que podem ser observadas tanto em órgãos linfóides, quanto nos componentes celulares do sistema imunológico. Foi demonstrado, por exemplo, alterações no fenótipo, repertório e ativação dos linfócitos, bem como no perfil de citocinas produzido por essas células. Existe, também uma forte associação entre resistência a infecções e reinfecções por parasitos helmínticos Schistosoma sp. e senescência. Na esquistossomose humana, por exemplo, a intensidade de infecção aumenta muito nas duas primeiras décadas de vida. A partir dos 30 anos de idade, esses mesmos indivíduos apresentam um declínio progressivo na intensidade da infecção que poderia ser devido à presença de mecanismos imunomoduladores. É uma doença crônica e se sobrepõe ao processo de envelhecimento. Nesse estudo, estudamos a influência das alterações imunológicas que ocorrem durante a senescência na esquistossomose humana. Indivíduos entre 10-95 anos de idade foram divididos em 4 grupos (10-24; 25-49; 50-69 e 70-95) de acordo com a intensidade da infecção em função dessa categoria (>100 ovos/g fezes), de ambos os sexos, moradores de área endêmica. Indivíduos que se mostraram negativos para ovos no exame de fezes pertencentes às mesmas faixas etárias descritas acima foram considerados nosso grupo controle. Nós analisamos, por citometria de fluxo, o perfil de síntese de citocinas por leucócitos do sangue periférico (células NK, linfócitos B, TCD4 e TCD8) após incubação in vitro de 5 horas com meio de cultura ou com os antígenos (SEA ou SWAP). Ao analisarmos os leucócitos totais do sangue periférico observamos, na cultura não estimulada, que o envelhecimento está associado ao aumento do percentual de IL-10 por leucócitos do sangue periférico em indivíduos idosos negativos e infectados, sugerindo um aumento na capacidade de modular a infecção maior que os indivíduos jovens. Além disso, também observamos paralelo ao aumento de IL-10, o aumento no percentual de IL-2 por esses leucócitos nos indivíduos infectados mais idosos (70-95 anos), sugerindo o aumento da reatividade celular ou apoptose das células. O perfil de síntese de citocinas por células NK, linfócitos B, TCD4 e TCD8, não estimulados, mostrou-se também bastante alterado com o envelhecimento. Nós observamos que, na idade jovem, há uma grande participação dos linfócitos T CD8+ caracterizado pelo aumento IL2+,IFN- +,IL-4+. Com a infecção, esse perfil muda, levando à diminuição dessas células positivas para IL-2 e IL-4, mas mantendo alto o percentual de células positivas para IL-10 e IFN- . Com o envelhecimento, observamos um perfil diferente. Existe uma grande contribuição de células T CD4+ caracterizado pelo aumento de células IL-10+ e IFN- +. Com a infecção, evidenciamos uma forte contribuição de ambas as subpopulações de linfócitos. Ocorre a diminuição de células T CD4+IL-10+ e IFN- + e o aumento de células CD4+IL-2+. Com relação aos linfócitos T CD8+, ocorre uma leve diminuição de células IL-4+ e IFN- + e um aumento de células CD8+ IL-10+ nessa faixa etária. Ao estimularmos a cultura de células com antígenos solúveis do ovo (SEA) ou antígenos solúveis do verme adulto (SWAP), os indivíduos idosos infectados (70-95 anos) mostraram um aumento no percentual de células CD16+IFN + que não foi observado em indivíduos negativos idosos (70-95 anos) e, uma diminuição no percentual de linfócitos B positivos para IL-10. Os resultados mostram que as diferenças se localizam nos polos extremos da vida. Os indivíduos adultos entre 25 e 69 anos apresentam padrões relativamente estáveis de síntese de citocinas. No entanto, diferenças marcantes nos padrões de citocinas positivas principalmente para células CD4+, CD16+ e CD8+ foram observadas em indivíduos negativos e infectados acima de 70 anos de idade. Esses dados sugerem fortemente que as alterações imunológicas encontradas estão relacionadas ao processo do envelhecimento. Além disso, a manutenção do percentual elevado de IL10 (mesmo que sintetizado por diferentes populações celulares) nos indivíduos infectados idosos provavelmente está diretamente relacionada à indução de mecanismos imunomoduladores típicos da fase crônica da infecção. Podemos dizer que o envelhecimento tem um forte efeito no percentual de citocinas e na imunidade a infecção pelo S. mansoni.The immunosenescence have been well described in humans and in a variety of animal species presenting large influence on the immune system functional changes which can be observed both in lymphoid organs and in cell components of immune system. It was demonstrated, for example, changes on the phenotype, repertoire and lymphocyte activation, as well as on the cytokine profile produced by this cells. There are also a strong association between the resistance to Schistosoma sp. helminthic infection and reinfection and senescence. In human schistosomiasis, for example, the worm burden increase in the two first decades of life. These same individuals, from the age of 30, show a progressive decline in the intensity of infection that could be due to the presence of immunomodulatory mechanisms. Schistosomiasis is a chronic disease and overlap to the aging process. This study, we assess the influence of the immunological changes that occur during senescence in human schistosomiasis. Individuals between 10 and 95 years old, of both gender, living in endemic area, were segregated in four groups of age (10-24; 25-49; 50-69 e 70-95). In each group, the subjects were categorized according the worm burden in either no eggs in faeces or more than 100 eggs/g of faeces. Individuals that presented no egg in faeces exam belonging to the same age group, described above, were considered our control group. We analyzed, with flow cytometry, the cytokine profile produced by periferic blood leucocytes (NK cells, B lymphocytes, T cells CD4+ and T cells CD8+) after 5 hours of in vitro incubation with either no stimuli or specific antigen stimulation (SEA or SWAP). When we analyzed the total leucocytes of periferic blood, we observed, in non-stimulated culture, that aging is associated to the increase of the frequency of leucocyte producing IL-10 from elderly infected and not infected, suggesting a greater ability to modulate the infection than young subjects. Moreover, we also observed, together to the increased of IL-10, the increase on the frequency of IL-2 in the leucocytes from older infected individuals (70 to 95 years old), suggesting the gain on the cellular reactivity or cell apoptosis. The cytokine profile produced by NK cells, B lymphocytes, T cells CD4+ and T cells CD8+, not stimulated, shows also very altered with aging. We observed that, in younger ages, there are a strong participation of the T CD8 lymphocytes characterized by the increase of IL2+,IFN- +,IL-4+ cells. With infection, this profile changes, taking a decrease of this IL-2 and IL-4 positive cells, but keeping the high percentage of IL-10 and IFN- positive cells. With aging process, we observed a different profile. There is a important contribution of the TCD4 cells characterized by the increase of IL-10+ e IFN- + cells. In the infection context, we noted a strong contribution of both the subpopulation of lymphocytes. It occurs a decrease of T CD4+IL-10+ and IFN- + cells and the increase of CD4+IL-2+ cells. Regarding to the TCD8+ lymphocytes, occurs a slight decrease of IL-4+ and IFN- + cells and an increase of the CD8+ IL-10+ cells in this age. With either the SEA-stimulation or SWAP-stimulation, the infected elderly (70 to 95 years old) showed an increase on the CD16+IFN + cells percentage that was not observed in negative elderly (70 to 95 years old), and, a decrease on the B cells percentage IL-10 positives. The results shows that the differences are located in the extremes of lifetime. The adults subjects between 25 and 69 years old presents stables pattern of cytokine synthesis. However, outstanding differences on the positive cytokine pattern to CD4+, CD16+ and CD8+ cells were observed in negative and infected individuals over 70 years old. This data strongly suggest that the immunological changes found are aging-related. In addition, the maintenance of the high percentage of IL-10 (even that produced by different cells populations) in the elderly infected individuals probably is directed related to the induction of immunomodulatory mechanisms typical of the chronic phase of infection. We can say that aging has a strong effect on the percentage of cytokine and on the immunity to the S. mansoni infection.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEsquistossomose Aspectos imunológicosBioquímicaBioquímica e ImunologiaInfluência do envelhecimento no perfil de síntese de citocinas em indivíduos portadores da infecção crônica pelo schistosoma mansoniinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_para_diploma_pdf.pdfapplication/pdf846520https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9GAEW7/1/tese_para_diploma_pdf.pdf14acbc3d403f289329e6035dc395566dMD51TEXTtese_para_diploma_pdf.pdf.txttese_para_diploma_pdf.pdf.txtExtracted texttext/plain255584https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9GAEW7/2/tese_para_diploma_pdf.pdf.txt3e7455ce0c53a16a7d889ab0a87867a2MD521843/BUBD-9GAEW72019-11-14 16:50:20.347oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9GAEW7Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T19:50:20Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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