PROCESSO DECISÓRIO NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: COALIZÕES E “PANELINHAS”
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de Sociologia e Política |
Texto Completo: | https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/34426 |
Resumo: | Como o Supremo Tribunal Federal (STF) decide os casos? Essa é uma pergunta ampla e aqui buscamosresponder a um aspecto específico da questão. Nosso interesse está na forma como os ministros agrupam-seentre si para decidir os casos. Parte da literatura que trata do tema argumenta que há um alto grau depersonalismo nos julgamentos do STF, sinalizando que o Tribunal funciona mais como um somatório devotos individuais do que como corpo colegiado; essa observação considera casos isolados e de granderepercussão. Mas aplicar-se-ia também quando se trata de olhar para um grande volume de decisõesanalisadas em conjunto? Para responder a essa questão, seguimos a linha dos autores que questionam aatuação do STF como corpo colegiado uno, mas afirmamos que se trata não do somatório de votos individuais,mas da composição de coalizões temporárias e grupos exclusivos constantes (“panelinhas”), constituídosde acordo com a nomeação presidencial. O argumento é testado a partir da análise empírica das1 277 ações diretas de inconstitucionalidade (ADINs) julgadas pelo Tribunal entre 1999 e 2006. O recortetemporal foi escolhido por ser um dos períodos de maior renovação da composição do Tribunal e compreendertambém a transição entre dois governos de partidos com ideologias distintas. A principal conclusãoé que ministros nomeados por um mesmo Presidente da República são mais propensos a votar em conjuntodo que a dividir os seus votos e que a coesão verificada entre os ministros nomeados por um mesmo Presidenteé maior que a coesão da corte de maneira geral. No período analisado, além das coalizões, foramidentificadas duas “panelinhas”, uma delas composta por alguns dos ministros nomeados durante o regimemilitar, associados aos ministros nomeados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo PresidenteItamar Franco, e a outra composta por três dos ministros nomeados pelo Presidente Luís Inácio Lula daSilva. |
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PROCESSO DECISÓRIO NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: COALIZÕES E “PANELINHAS”Sociologia PolíticaSupremo Tribunal Federal; processo decisório; redes de votação; coalizões; “panelinhas”Como o Supremo Tribunal Federal (STF) decide os casos? Essa é uma pergunta ampla e aqui buscamosresponder a um aspecto específico da questão. Nosso interesse está na forma como os ministros agrupam-seentre si para decidir os casos. Parte da literatura que trata do tema argumenta que há um alto grau depersonalismo nos julgamentos do STF, sinalizando que o Tribunal funciona mais como um somatório devotos individuais do que como corpo colegiado; essa observação considera casos isolados e de granderepercussão. Mas aplicar-se-ia também quando se trata de olhar para um grande volume de decisõesanalisadas em conjunto? Para responder a essa questão, seguimos a linha dos autores que questionam aatuação do STF como corpo colegiado uno, mas afirmamos que se trata não do somatório de votos individuais,mas da composição de coalizões temporárias e grupos exclusivos constantes (“panelinhas”), constituídosde acordo com a nomeação presidencial. O argumento é testado a partir da análise empírica das1 277 ações diretas de inconstitucionalidade (ADINs) julgadas pelo Tribunal entre 1999 e 2006. O recortetemporal foi escolhido por ser um dos períodos de maior renovação da composição do Tribunal e compreendertambém a transição entre dois governos de partidos com ideologias distintas. A principal conclusãoé que ministros nomeados por um mesmo Presidente da República são mais propensos a votar em conjuntodo que a dividir os seus votos e que a coesão verificada entre os ministros nomeados por um mesmo Presidenteé maior que a coesão da corte de maneira geral. No período analisado, além das coalizões, foramidentificadas duas “panelinhas”, uma delas composta por alguns dos ministros nomeados durante o regimemilitar, associados aos ministros nomeados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo PresidenteItamar Franco, e a outra composta por três dos ministros nomeados pelo Presidente Luís Inácio Lula daSilva.UFPRFundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)Oliveira, Fabiana Luci de2012-11-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/34426Revista de Sociologia e Política; v. 20, n. 44 (2012)1678-98730104-4478reponame:Revista de Sociologia e Políticainstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRporhttps://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/34426/21350info:eu-repo/semantics/openAccess2013-11-21T18:24:24Zoai:revistas.ufpr.br:article/34426Revistahttps://revistas.ufpr.br/rspPUBhttps://revistas.ufpr.br/rsp/oai||editoriarsp@ufpr.br1678-98730104-4478opendoar:2013-11-21T18:24:24Revista de Sociologia e Política - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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