Estudo de crescimento vegetal de eragrostis tef em tecnossolos com rejeitos de carvão mineral da mina de Moatize, Moçambique

• Autor(a) principal: Oliveira, Eduardo Kercher
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/259168
• topic: Recuperação ambiental; Minas de carvão; Rejeito de mineração; Lodo : Reciclagem; Eragrostis tef; Coal; Tailings; Tecnosoils; Eragrostis tef

A mineração de carvão se mostra como uma atividade de alto impacto ambiental em todas as fases do empreendimento, porém que, mesmo com o avanço das energias limpas, ainda vai ser empregado por muitos anos na produção de energia e na indústria. Durante o processo de beneficiamento, além do carvão, é gerada uma grande quantidade de rejeitos que precisam ser destinados de maneira correta minimizando seus impactos ambientais. Além disso, na etapa de recuperação do local minerado, grandes volumes de solo são necessários para que seja feita a reconformação topográfica e a revegetação. O intuito deste trabalho é avaliar o emprego dos rejeitos finos e grossos da mineração de carvão como constituintes de um tecnosolo que possa vir a ser utilizado na etapa de recuperação reduzindo tanto o volume final de rejeitos quanto os volumes de solo de empréstimo utilizados na recuperação. Para isso, foi elaborado um experimento empregando os rejeitos finos e grossos de carvão mineral da Mina de Moatize, Moçambique, em diferentes proporções somados com lodo de estação de tratamento de esgoto, para aporte de matéria orgânica e nutrientes, como constituintes de um tecnossolo. Para avaliar o crescimento vegetal, foi plantada a gramínea Eragrostis tef., proveniente da mesma região na África. Primeiramente foi feita a caracterização tecnológica dos rejeitos de carvão, que indicou que o material possui baixos teores de enxofre e potencial de geração de acidez, indicando que o material pode ser utilizado no tecnossolo sem que seja necessária a correção do pH. Foram então montados seis diferentes tratamentos de tecnossolo variando as proporções de rejeitos grossos e finos de carvão e a adição de solo agrícola, além de um último tratamento contendo apenas solo para controle. Quanto à avaliação físico-química de solo do tecnossolo os resultados mostraram valores satisfatórios de nutrientes e micronutrientes com exceção do Potássio, que ficou muito abaixo, indicando a necessidade de adubação com este nutriente. O lodo de ETE também se mostrou uma boa alternativa para aporte de matéria orgânica e nutrientes. A Eragrostis tef. se desenvolveu em todos os tratamentos de tecnossolo e a análise do seu tecido vegetal mostrou bons valores de nutrientes e micronutrientes com exceção do Potássio novamente. Assim, com base nos resultados obtidos, é possível concluir que os rejeitos da Camada Chipanga da Mina de Moatize somados ao lodo de ETE e ao solo agrícola tiveram bom desempenho como tecnossolos para o cultivo de Eragrostis tef.