Analisando a retomada anafórica do objeto direto em português falado
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/157732 |
Resumo: | Este trabalho apresenta um estudo realizado sobre a retomada anafórica do objeto direto em português brasileiro (PB) falado, especificamente em sua variante falada em Porto Alegre. Em PB, duas diferentes estratégias para a retomada anafórica de objetos são conhecidas: por um lado, temos a preferência por pronomes clíticos na retomada de 1ª e 2ª pessoas (cf. Schwenter 2006 e Othero et al. 2016); por outro, na retomada anafórica de 3ª pessoa, evidenciamos a queda dos clíticos – em seu lugar, encontramos pronomes plenos ou uma categoria vazia na posição de objeto (cf. Duarte 1989, 1993, Cyrino 1997, 2013, etc.). Neste trabalho, buscamos explicar qual motivação gramatical ou discursiva influencia na retomada anafórica e condiciona o uso de pronomes plenos, clíticos ou objetos nulos em PB falado. Para isso, comparamos duas hipóteses conhecidas na literatura brasileira sobre o assunto. A primeira hipótese, formulada em parte por Duarte (1989) e Cyrino (1993, 1994/1997), aponta o traço de animacidade e sua combinação com o traço de especificidade como fator condicionador da escolha entre o uso de pronome ou objeto nulo. Do outro lado, temos a hipótese de Creus & Menuzzi (2004), que atribuem a um único traço, o de gênero semântico, a motivação da escolha entre pronome e objeto nulo. Nossa contribuição consiste na pesquisa em corpus de língua falada, a fim de verificar a característica do antecedente de cada objeto direto e confirmar qual das duas hipóteses apresentadas tem maior poder explicativo no condicionamento das duas estratégias que substituem o clítico. Nossa metodologia de trabalho consiste na pesquisa de 19 entrevistas de corpus de língua falada, o corpus do VARSUL (Variação Linguística Urbana do Sul do Brasil). Verificamos a manutenção dos clíticos de primeira e segunda pessoas, que retomam antecedentes classificados positivamente para os três traços analisados, e a queda do clítico de terceira pessoa, que dá lugar principalmente ao uso do objeto nulo. A hipótese que explica o condicionamento entre pronome e objeto nulo de forma mais acurada é a de gênero semântico, já que polariza melhor os resultados e representa uma forma mais econômica de explicar este fenômeno da língua. |
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Spinelli, Ana CarolinaOthero, Gabriel de Ávila2017-05-11T02:25:27Z2016http://hdl.handle.net/10183/157732001018577Este trabalho apresenta um estudo realizado sobre a retomada anafórica do objeto direto em português brasileiro (PB) falado, especificamente em sua variante falada em Porto Alegre. Em PB, duas diferentes estratégias para a retomada anafórica de objetos são conhecidas: por um lado, temos a preferência por pronomes clíticos na retomada de 1ª e 2ª pessoas (cf. Schwenter 2006 e Othero et al. 2016); por outro, na retomada anafórica de 3ª pessoa, evidenciamos a queda dos clíticos – em seu lugar, encontramos pronomes plenos ou uma categoria vazia na posição de objeto (cf. Duarte 1989, 1993, Cyrino 1997, 2013, etc.). Neste trabalho, buscamos explicar qual motivação gramatical ou discursiva influencia na retomada anafórica e condiciona o uso de pronomes plenos, clíticos ou objetos nulos em PB falado. Para isso, comparamos duas hipóteses conhecidas na literatura brasileira sobre o assunto. A primeira hipótese, formulada em parte por Duarte (1989) e Cyrino (1993, 1994/1997), aponta o traço de animacidade e sua combinação com o traço de especificidade como fator condicionador da escolha entre o uso de pronome ou objeto nulo. Do outro lado, temos a hipótese de Creus & Menuzzi (2004), que atribuem a um único traço, o de gênero semântico, a motivação da escolha entre pronome e objeto nulo. Nossa contribuição consiste na pesquisa em corpus de língua falada, a fim de verificar a característica do antecedente de cada objeto direto e confirmar qual das duas hipóteses apresentadas tem maior poder explicativo no condicionamento das duas estratégias que substituem o clítico. Nossa metodologia de trabalho consiste na pesquisa de 19 entrevistas de corpus de língua falada, o corpus do VARSUL (Variação Linguística Urbana do Sul do Brasil). Verificamos a manutenção dos clíticos de primeira e segunda pessoas, que retomam antecedentes classificados positivamente para os três traços analisados, e a queda do clítico de terceira pessoa, que dá lugar principalmente ao uso do objeto nulo. A hipótese que explica o condicionamento entre pronome e objeto nulo de forma mais acurada é a de gênero semântico, já que polariza melhor os resultados e representa uma forma mais econômica de explicar este fenômeno da língua.Este trabajo presenta el estudio sobre retomada anafórica de objeto directo en portugués brasileño (PB) hablado, específicamente en el habla de Porto Alegre. En PB, se conocen dos estrategias de retomada anafórica de objeto: de un lado, tenemos la preferencia por pronombres clíticos en la retomada de primera y segunda personas (cf. Schwenter 2006 e Othero et al., 2016); por otro lado, en la retomada anafórica de tercera persona, se percibe la caída de los clíticos – en su lugar, encontramos pronombres plenos o una categoría vacía en posición de objeto (cf. Duarte, 1989, 1993, Cyrino 1997, 2013, etc.). En este estudio, buscamos explicar qué motivación gramatical o discursiva influye en la retomada anafórica y condiciona el uso de pronombres plenos, clíticos u objetos nulos en PB hablado. Para eso, comparamos dos hipótesis conocidas en la literatura brasileña sobre el asunto. La primera hipótesis, desarrollada en parte por Duarte (1989) y Cyrino (1993, 1994/1997), ve el rasgo de animacidad y su combinación con el rasgo de especificidad como factor decisivo para la elección entre uso de pronombre pleno o de objeto nulo. De otro lado, está la hipótesis de Creus & Menuzzi (2004), que atribuyen al rasgo de género semántico la motivación de la elección entre pronombre y objeto nulo. Nuestra contribución es la pesquisa en un corpus de lengua hablada, con el objetivo de verificar la característica del antecedente de cada objeto directo y confirmar cuál de las dos hipótesis presentadas tiene mejor poder explicativo para la elección de las dos estrategias que sustituyen el clítico. Nuestra metodología de trabajo consiste en la pesquisa en corpus de lengua hablada, el corpus de VARSUL (Variación Lingüística Urbana del Sur de Brasil). Verificamos el mantenimiento de los clíticos de primera y segunda persona, que retoman referentes clasificados positivamente para los tres rasgos analizados, y la caída del clítico de tercera persona, que promueve el uso del objeto nulo. La hipótesis que más bien explica la elección entre pronombre y objeto nulo es la del género semántico, ya que polariza mejor los resultados y presenta una manera más económica de explicar este fenómeno de la lengua.application/pdfporObjeto direto nuloLíngua portuguesaLinguísticaRetomada anafóricaObjeto nuloPortugués habladoAnalisando a retomada anafórica do objeto direto em português faladoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPorto Alegre, BR-RS2016Letras: Português e Espanhol: Licenciaturagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001018577.pdf001018577.pdfTexto completoapplication/pdf812375http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/157732/1/001018577.pdf2d46d5f87b8e80bb123e3a0bc0effbc2MD51TEXT001018577.pdf.txt001018577.pdf.txtExtracted Texttext/plain115931http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/157732/2/001018577.pdf.txtcfc0e2535319d4f7f7f3403c1287cb7fMD52THUMBNAIL001018577.pdf.jpg001018577.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg923http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/157732/3/001018577.pdf.jpgf2744bda1f3657975de33302a83751c8MD5310183/1577322018-10-29 09:16:34.06oai:www.lume.ufrgs.br:10183/157732Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-29T12:16:34Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Este trabalho apresenta um estudo realizado sobre a retomada anafórica do objeto direto em português brasileiro (PB) falado, especificamente em sua variante falada em Porto Alegre. Em PB, duas diferentes estratégias para a retomada anafórica de objetos são conhecidas: por um lado, temos a preferência por pronomes clíticos na retomada de 1ª e 2ª pessoas (cf. Schwenter 2006 e Othero et al. 2016); por outro, na retomada anafórica de 3ª pessoa, evidenciamos a queda dos clíticos – em seu lugar, encontramos pronomes plenos ou uma categoria vazia na posição de objeto (cf. Duarte 1989, 1993, Cyrino 1997, 2013, etc.). Neste trabalho, buscamos explicar qual motivação gramatical ou discursiva influencia na retomada anafórica e condiciona o uso de pronomes plenos, clíticos ou objetos nulos em PB falado. Para isso, comparamos duas hipóteses conhecidas na literatura brasileira sobre o assunto. A primeira hipótese, formulada em parte por Duarte (1989) e Cyrino (1993, 1994/1997), aponta o traço de animacidade e sua combinação com o traço de especificidade como fator condicionador da escolha entre o uso de pronome ou objeto nulo. Do outro lado, temos a hipótese de Creus & Menuzzi (2004), que atribuem a um único traço, o de gênero semântico, a motivação da escolha entre pronome e objeto nulo. Nossa contribuição consiste na pesquisa em corpus de língua falada, a fim de verificar a característica do antecedente de cada objeto direto e confirmar qual das duas hipóteses apresentadas tem maior poder explicativo no condicionamento das duas estratégias que substituem o clítico. Nossa metodologia de trabalho consiste na pesquisa de 19 entrevistas de corpus de língua falada, o corpus do VARSUL (Variação Linguística Urbana do Sul do Brasil). Verificamos a manutenção dos clíticos de primeira e segunda pessoas, que retomam antecedentes classificados positivamente para os três traços analisados, e a queda do clítico de terceira pessoa, que dá lugar principalmente ao uso do objeto nulo. A hipótese que explica o condicionamento entre pronome e objeto nulo de forma mais acurada é a de gênero semântico, já que polariza melhor os resultados e representa uma forma mais econômica de explicar este fenômeno da língua. |
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