Professora como designer do espaço pedagógico na sala de aula de alfabetização

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Pietra Lemos
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/212027
Resumo: Considerando a necessidade de que o espaço se torne um elemento curricular que requer planejamento intencional, este trabalho de conclusão de curso objetiva analisar a discursividade presente na organização dos espaços das salas de aula do 1º ano do ensino fundamental de três escolas, localizadas na cidade de Porto Alegre, sendo duas da rede pública estadual do Rio Grande do Sul e uma da rede privada. A questão norteadora busca perceber como as professoras de turmas de 1º ano do ensino fundamental organizam os espaços da sala de aula, tendo em vista as finalidades pedagógicas. Para isso, utilizou-se a análise de fotografias, inspirada pela fotoetnografia, como ferramenta metodológica. Como referencial teórico, a pesquisa articulou contribuições das áreas da educação infantil, anos iniciais do ensino fundamental, arquitetura escolar e alfabetização, representadas principalmente por autores como Lina Iglesias Forneiro, Anitra Vickery, Doris Kowaltwoski e Magda Soares. No tratamento dos dados, as análises foram organizadas em quatro eixos: quadro, mesas e cadeiras, cantinhos e alfabetos. Como resultados, a pesquisa indicou: 1) o quadro segue como objeto centralizado das salas de aula, tendo um espaço de grande relevância frente ao restante do mobiliário. Ele ocupa as paredes centrais e faz com que, consequentemente, os demais móveis e recursos orbitem e sejam direcionados para ele; 2) as mesas e cadeiras, embora ainda sejam comumente direcionadas para o quadro, tem tido maior variedade de opções de composição, permitindo que sua organização seja transformada dependendo da proposta e das concepções pedagógicas da professora titular da turma; 3) os cantinhos, ou espaços criados com um propósito específico, são limitados à leitura e aos brinquedos, utilizando pequenos espaços que sobram depois da ocupação pelas mesas e cadeiras; 4) os alfabetos localizados na pesquisa oferecem excesso e repetições de informações visuais, hierarquia pouco evidente entre eles nas salas em que há mais de um alfabeto e falta de informações relevantes para a compreensão das relações grafema-fonema. Conclui-se que as principais ações de planejamento do design das salas de aula de 1º ano foram o posicionamento das mesas e cadeiras e sua relação com o quadro, este já previamente disposto pelas escolas, e a disposição do alfabeto. Nesse sentido, o planejamento do espaço como uma das habilidades necessárias à docência nos anos iniciais e as condições oferecidas pela formação inicial e pelas escolas para que isso seja possível precisam avançar mais, no que se refere à inventividade e flexibilidade desses espaços para criação de módulos que permitam mais movimento e uma cultura de indagação. Ao contrastar duas escolas públicas e uma privada, foi possível perceber que há diferenças visíveis na qualidade do mobiliário disponível em favor da escola privada, como era esperado. No entanto, focando nos efeitos visíveis das ações das professoras na organização do espaço, as três salas são bem parecidas. Apesar das diversas possibilidades a mais que poderiam privilegiar o espaço da escola privada, por conta dos recursos financeiros serem maiores, não foram percebidas diferenças que possam ser consideradas como inovação para salas de aula do século XXI
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