Análise de palinofácies e geoquímica orgânica do testemunho 1-PS-11-CE da Bacia do Araripe, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souto, Olívia Cardoso
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/11329
Resumo: A Bacia do Araripe está associada ao processo de rifteamento e abertura do Atlântico sul. É a mais extensa, e complexa das bacias intracontinentais do nordeste brasileiro. Está localizada na divisa dos estados de Pernambuco, Ceará e Piauí (coordenadas 07°00’N, 08°00’S, 41°00’W e 38°30’E) entre as bacias Potiguar, Tucano Jatobá e Parnaíba. O objetivo do trabalho é o estudo da matéria orgânica particulada contida em amostras retiradas do testemunho 1-PS-11-CE (Projeto Santana), que abrange as formações do Grupo Santana (Barbalha, Crato, Ipubí e Romualdo) da Sequência Pós-Rifte I (Aptiano), a fim de determinar as condições paleoambientais vigentes à época de deposição. Foi utilizada a análise de palinofácies em associação a geoquímica orgânica, dados litoestratigráficos e análises estatísticas para 44 amostras ao longo do testemunho. Os percentuais dos grupos da matéria orgânica particulada obtidos através da palinofácies foram: Grupo Amorfo (1,30 a 98,72%), Fitoclasto (1,28 a 95,79%) e Palinomorfo (0,00 a 41,50%). A análise de COT variou entre 0,13 e 8,28%, S de 0,01 a 3,92% e RI variando entre 3,50 e 87,00%. A correlação de Sperman (ρ>0,05) mostrou que o subgrupo Fitoclasto Opaco possui correlação com Fitoclasto Opaco Não Bioestruturado (0,68). A Moa Vegetal com COT (0,5). Os Fitoclastos Não Opacos Bioestruturados possuem correlação com Cutícula (0,73); Membrana (0,62); Esporomorfos (0,53); e Microplânctons de Água Doce (0,65). O dendrograma gerado pelo Modo-R determinou quatro associações de palinofácies: A (MOA Fitoplanctônica); B (COT, S, MOA Vegetal); C (Microplânctons de água doce, Dinocistos, Membranas, Esporomorfos, Cutículas e Fitoclastos Não Opacos Bioestruturados) e D (MOA, Fitoclasto Não Opacos Não Bioestruturado e Fitoclastos Opacos). O Modo-Q, dividiu as amostras em três grupos (G1, G2 e G3). Com o auxílio da estatística e do perfil litoestratigráfico, foi possível determinar sete intervalos estratigráficos (I, II, III, IV, V, VI e VII), através das variações de abundância relativa entre seus componentes orgânicos particulados. Foram determinadas as condições e características ambientais de acordo com a preservação seletiva (tendência proximal-distal) e sedimentação seletiva (relativo às condições hidrodinâmicas). O intervalo I foi interpretado como um ambiente lacustre de pequenas proporções próximo a uma fonte fluvial; O intervalo II, como de transição e estabilização de um ambiente lacustre de maiores proporções; O intervalo III, corresponde a um ambiente lacustre entre o proximal-intermediário da área fonte; O intervalo IV, relacionado a um ambiente lagunar e entre o intermediário-distal, próximo à costa com clima semiárido a árido; O V está dentro de um contexto lacustre costeiro com influência de águas continentais, sem conexão com o mar; O intervalo VI representaria um ambiente lacustre costeiro com a ocorrência de aporte de águas continentais. Esse intervalo também registra um primeiro pulso de incursão marinha (presença de dinocistos); O intervalo VII está relacionado a um ambiente lagunar próximo a linha de costa, com influência de águas oceânicas de forma periódica que juntamente com registro de dinoflagelados e palinoforaminíferos, podem caracterizar o evento de incursão marinha registrado em forma de pulsos na região.
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