“Eu sou apenas uma pessoa passageira, eu vou embora”: condições de trabalho dos docentes substitutos do DESSO/UFRN
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/36279 |
Resumo: | O trabalho expõe os resultados de pesquisa sobre as condições de trabalho dos docentes substitutos do Departamento de Serviço Social (DESSO) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O interesse por este objeto parte da vivência na graduação, onde foi possível observar, a cada semestre letivo, o aumento de professores temporários em sala de aula. Tem como objetivo, compreender as transformações no mundo do trabalho, identificar e analisar as condições em que se efetiva o fazer profissional do professor substituto, além de, analisar os possíveis processos de adoecimento do docente universitário. Enquanto procedimentos metodológicos definimos realizar pesquisa de abordagem qualitativa, tendo sido realizadas entrevistas semi-estruturadas com 4 (quatro) docentes substitutas, além de pesquisa bibliográfica. No trabalho apresentamos reflexões sobre o significado do trabalho em seu sentido ontológico, como também, sobre as transformações no mundo do trabalho desencadeadas pela reestruturação produtiva, que interferiu diretamente na gestão da produção e nos postos de trabalho. Consequentemente, tem-se o surgimento de regimes e contratos flexíveis, redução dos trabalhos estáveis e protegidos, e valorização de trabalhos temporários e terceirizados. Apresentamos, ainda, uma análise acerca da reforma do Estado brasileiro nos anos 1990, que provocou transformações nos direitos sociais e trabalhistas da classe trabalhadora, como também, reformulações na política de educação do ensino superior, através de Leis, decretos e medidas provisórias. As universidades públicas incorporam a lógica do capital ao se tornarem “enxutas”, com redução de custos, cortes em programas de assistência estudantil, contratação de empresas terceirizadas e ampliação de exigências quanto ao produtivismo acadêmico. Em meio a esse contexto, surge o professor substituto caracterizado pela contratação temporária e como mão-de-obra para suprir as necessidades do Departamento. Logo, constatamos a precarização nas condições de trabalho do docente, seja por meio da sobrecarga de trabalho para preparar aula, corrigir grande número de trabalhos, monografias, visitar campos de estágios, seja através das condições físicas e materiais em que se realiza. Portanto, a precarização do trabalho efetiva-se para além da docência, penetrando a esfera privada do professor, com implicações em sua vida social, e também, em sua saúde, ocasionando nervosismo, estresse, insônia, ansiedade, cansaço mental, esquecimento, esgotamento físico, ou intensificação de doenças que já apresentavam. |
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