PAULO FREIRE E JEAN PIAGET:: TEORIA E PRÁTICAQ
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Schème : Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas |
Texto Completo: | https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/scheme/article/view/7140 |
Resumo: | A ideia inicial (tese de doutorado - 1984) foi aproximar Piaget e Freire sob o ponto de vista de uma teoria explicativa do processo de aprendizagem. Mais tarde, escrevi artigo, posteriormente transformado em capítulo de livro (2003, 2012), ensaiando outras aproximações (partir dos conceitos espontâneos, toma-da de consciência e conscientização, ações de primeiro e segundo graus, fala como ação de segundo grau, erro e consciência do inacabamento). Instigado pelos organizadores do IV Colóquio Internacional de Epistemologia e Psicologia ge-néticas (2016), retomei agora a temática da aproximação revisitando temas já desenvolvidos, enveredando por outros e descobrindo numerosos novos os quais apresento, no final, acompanhado de algumas ideias ou citações, como sugestões a potenciais pesquisadores. O objetivo maior é pensar processos de aprendizagem como possibilidades abertas pelo desenvolvimento – cognitivo, afetivo e moral – mantendo no horizonte a preocupação com uma educação adequada à incerteza dos tempos atuais; educação para a autonomia, a coope-ração e a cidadania. Isso exige descer às raízes epistemológicas do pensamento dos dois autores, pois é lá que se encontra seu construtivismo interacionista, dialógico, cooperativo, inventivo e produtor de novidade. É essa identidade que legitima a pretendida aproximação. Para ambos, o ser humano se constrói afetiva, cognitiva, moral e socialmente. Ao agir sobre o meio, físico ou social, assimilando-o, o sujeito se transforma para conseguir responder aos desafios desse meio. Ao transformar-se, cria as condições para continuar a transformar o meio; volta a assimilar o meio, agora transformado, e transforma-se mais ainda em função das diferenças que construiu em si mesmo e das transformações que executou no meio; e assim indefinidamente. Quer pensemos o processo de constituição do sujeito epistêmico, quer pensemos as obstruções, inerentes às estruturas sociais (miséria, fome, opressão, dominação, precariedade de instrumentos intelectuais, autoritarismo, analfabetismo, violência, preconceitos raciais e sexuais, tráfico de entorpecentes, diferenças brutais entre ricos e pobres), ao processo de desenvolvimento humano, ambos os pensadores remetem à ação do sujeito o mérito da construção do processo de libertação, cada vez mais coletivo; coletivo que não atropela jamais as singularidades individuais. Os objetivos educacionais da construção da autonomia e da cooperação aproximam esses autores também na práxis, decorrente de sua concepção epistemológica. Práxis construtivista, de tomada de consciência e de conscientização. As concepções de Piaget e Freire não se esgotam em seus objetivos teóricos; elas apontam para uma direção prática: transformar a prática em experiência ou em práxis – tensão dinâmica entre teoria e prática – para reconstruir o mundo em que vivemos; para criar “um mundo em que seja menos difícil amar” (Freire, 1978). |
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PAULO FREIRE E JEAN PIAGET:: TEORIA E PRÁTICAQEpistemologia genética; Interacionismo construtivista; Tomada de consciência; Conscientização; Educação.A ideia inicial (tese de doutorado - 1984) foi aproximar Piaget e Freire sob o ponto de vista de uma teoria explicativa do processo de aprendizagem. Mais tarde, escrevi artigo, posteriormente transformado em capítulo de livro (2003, 2012), ensaiando outras aproximações (partir dos conceitos espontâneos, toma-da de consciência e conscientização, ações de primeiro e segundo graus, fala como ação de segundo grau, erro e consciência do inacabamento). Instigado pelos organizadores do IV Colóquio Internacional de Epistemologia e Psicologia ge-néticas (2016), retomei agora a temática da aproximação revisitando temas já desenvolvidos, enveredando por outros e descobrindo numerosos novos os quais apresento, no final, acompanhado de algumas ideias ou citações, como sugestões a potenciais pesquisadores. O objetivo maior é pensar processos de aprendizagem como possibilidades abertas pelo desenvolvimento – cognitivo, afetivo e moral – mantendo no horizonte a preocupação com uma educação adequada à incerteza dos tempos atuais; educação para a autonomia, a coope-ração e a cidadania. Isso exige descer às raízes epistemológicas do pensamento dos dois autores, pois é lá que se encontra seu construtivismo interacionista, dialógico, cooperativo, inventivo e produtor de novidade. É essa identidade que legitima a pretendida aproximação. Para ambos, o ser humano se constrói afetiva, cognitiva, moral e socialmente. Ao agir sobre o meio, físico ou social, assimilando-o, o sujeito se transforma para conseguir responder aos desafios desse meio. Ao transformar-se, cria as condições para continuar a transformar o meio; volta a assimilar o meio, agora transformado, e transforma-se mais ainda em função das diferenças que construiu em si mesmo e das transformações que executou no meio; e assim indefinidamente. Quer pensemos o processo de constituição do sujeito epistêmico, quer pensemos as obstruções, inerentes às estruturas sociais (miséria, fome, opressão, dominação, precariedade de instrumentos intelectuais, autoritarismo, analfabetismo, violência, preconceitos raciais e sexuais, tráfico de entorpecentes, diferenças brutais entre ricos e pobres), ao processo de desenvolvimento humano, ambos os pensadores remetem à ação do sujeito o mérito da construção do processo de libertação, cada vez mais coletivo; coletivo que não atropela jamais as singularidades individuais. Os objetivos educacionais da construção da autonomia e da cooperação aproximam esses autores também na práxis, decorrente de sua concepção epistemológica. Práxis construtivista, de tomada de consciência e de conscientização. As concepções de Piaget e Freire não se esgotam em seus objetivos teóricos; elas apontam para uma direção prática: transformar a prática em experiência ou em práxis – tensão dinâmica entre teoria e prática – para reconstruir o mundo em que vivemos; para criar “um mundo em que seja menos difícil amar” (Freire, 1978).Faculdade de Filosofia e Ciências2017-07-25info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.marilia.unesp.br/index.php/scheme/article/view/714010.36311/1984-1655.2017.v9esp.02.p7Schème: Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas; v. 9 (2017): Edição Especial; 07-47Schème: Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas; Vol. 9 (2017): Edição Especial; 07-47Schème: Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas; Vol. 9 (2017): Edição Especial; 07-471984-1655reponame:Schème : Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticasinstname:Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP)instacron:UNESPporhttps://revistas.marilia.unesp.br/index.php/scheme/article/view/7140/4587BECKER, Fernandoinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-09-25T17:26:27Zoai:ojs.www2.marilia.unesp.br:article/7140Revistahttps://revistas.marilia.unesp.br/index.php/schemePUBhttps://revistas.marilia.unesp.br/index.php/scheme/oaischeme.marilia@unesp.br1984-16551984-1655opendoar:2020-09-25T17:26:27Schème : Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP)false |
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