Educação e políticas do corpo na modernidade líquida: Desafios sociais da educação física
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIJUI |
Texto Completo: | http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/5053 |
Resumo: | Esta pesquisa tem como objetivo principal compreender de que modo a constituição social e histórica da modernidade líquida, conforme prefigura Zygmunt Bauman, influencia na educação corporal e nas políticas do corpo, analisando os possíveis desafios sociais da Educação Física neste contexto. Para tanto, parte da conceituação da Educação Física como uma prática social de intervenção pedagógica que, com base em conceitos científicos de diferentes áreas e disciplinas, tematiza a cultura corporal de movimento. Ao compreender a Educação Física sob uma perspectiva sócio-cultural, que necessita permanentemente ressignificar sua identidade epistemológica e a sua legitimidade social, entende-se a pertinência de fomentar o diálogo referente à constituição das estruturas e dimensões que determinam o imaginário social em diferentes momentos sociais e históricos. Dessa forma, este estudo utiliza as elaborações do sociólogo Zygmunt Bauman para discutir as metamorfoses do campo epistemológico da Educação Física neste movimento de transformações sociais, denominadas pelo autor como a transição da modernidade de um estado sólido para um estado líquido. O diálogo com Bauman se ocupa em analisar, especialmente, os conceitos de educação e de políticas do corpo, os quais são considerados essenciais para pensar as práticas sociais da intervenção pedagógica em Educação Física. Neste viés, inicialmente, compreende-se alguns dos elementos do processo de constituição da identidade epistemológica da Educação Física brasileira ao longo do movimento socialhistórico do século XX e início do século XXI. Posteriormente, a análise procura dialogar em relação aos desdobramentos da dinâmica sócio-cultural da modernidade líquida, marcada pela efemeridade e volatilidade de suas estruturas e instituições, com a edificação do imaginário relacionado à educação e às políticas do corpo. Ao pensar a educação, compreende-se, a partir da leitura de Bauman, que a dinâmica macrossocial líquido-moderna acelerada, volátil e incerta, desencadeia metamorfoses na edificação do conhecimento e na estruturação das instituições educacionais, ocasionando desafios na tarefa educacional de apresentar e inserir as novas gerações no convívio social. Ao pensar as políticas do corpo, Bauman interpreta que na modernidade sólida as políticas de “administração social” direcionavam a edificação de uma “sociedade de produtores”, o que em consequência, marcava a constituição identitária dos sujeitos, salientando a conformidade com as representações e imaginários de corpo proeminentes nos diferentes contextos. Já na modernidade líquida, as políticas marcadas pelo advento da globalização, potencializam a permanente busca pelas diferentes sensações e prazeres. Em outras palavras, o elemento que marca a organização social líquido-moderna é a “estética do consumo”. É importante salientar que constantemente a discussão das temáticas expostas é entrelaçada com os elementos específicos da intervenção pedagógica da Educação Física. Por conseguinte, destaca-se a necessidade da Educação Física manter a criticidade e a reflexividade, ressaltando a complexidade do conhecimento em um ambiente marcado pela ambivalência em suas dimensões sociais. Outrossim, salienta-se o desafio do campo de intervenção da Educação Física em ser um intérprete das diferentes possibilidades que emergem na cultura corporal de movimento, evitando “vender ilusões”, mas fortalecendo a capacidade reflexiva para os sujeitos tornarem-se instituintes de suas práticas corporais e cuidados de si, bem como preocuparem-se com a participação na construção coletiva dos rumos da sociedade, ou seja, com a política. |
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Esta pesquisa tem como objetivo principal compreender de que modo a constituição social e histórica da modernidade líquida, conforme prefigura Zygmunt Bauman, influencia na educação corporal e nas políticas do corpo, analisando os possíveis desafios sociais da Educação Física neste contexto. Para tanto, parte da conceituação da Educação Física como uma prática social de intervenção pedagógica que, com base em conceitos científicos de diferentes áreas e disciplinas, tematiza a cultura corporal de movimento. Ao compreender a Educação Física sob uma perspectiva sócio-cultural, que necessita permanentemente ressignificar sua identidade epistemológica e a sua legitimidade social, entende-se a pertinência de fomentar o diálogo referente à constituição das estruturas e dimensões que determinam o imaginário social em diferentes momentos sociais e históricos. Dessa forma, este estudo utiliza as elaborações do sociólogo Zygmunt Bauman para discutir as metamorfoses do campo epistemológico da Educação Física neste movimento de transformações sociais, denominadas pelo autor como a transição da modernidade de um estado sólido para um estado líquido. O diálogo com Bauman se ocupa em analisar, especialmente, os conceitos de educação e de políticas do corpo, os quais são considerados essenciais para pensar as práticas sociais da intervenção pedagógica em Educação Física. Neste viés, inicialmente, compreende-se alguns dos elementos do processo de constituição da identidade epistemológica da Educação Física brasileira ao longo do movimento socialhistórico do século XX e início do século XXI. Posteriormente, a análise procura dialogar em relação aos desdobramentos da dinâmica sócio-cultural da modernidade líquida, marcada pela efemeridade e volatilidade de suas estruturas e instituições, com a edificação do imaginário relacionado à educação e às políticas do corpo. Ao pensar a educação, compreende-se, a partir da leitura de Bauman, que a dinâmica macrossocial líquido-moderna acelerada, volátil e incerta, desencadeia metamorfoses na edificação do conhecimento e na estruturação das instituições educacionais, ocasionando desafios na tarefa educacional de apresentar e inserir as novas gerações no convívio social. Ao pensar as políticas do corpo, Bauman interpreta que na modernidade sólida as políticas de “administração social” direcionavam a edificação de uma “sociedade de produtores”, o que em consequência, marcava a constituição identitária dos sujeitos, salientando a conformidade com as representações e imaginários de corpo proeminentes nos diferentes contextos. Já na modernidade líquida, as políticas marcadas pelo advento da globalização, potencializam a permanente busca pelas diferentes sensações e prazeres. Em outras palavras, o elemento que marca a organização social líquido-moderna é a “estética do consumo”. É importante salientar que constantemente a discussão das temáticas expostas é entrelaçada com os elementos específicos da intervenção pedagógica da Educação Física. Por conseguinte, destaca-se a necessidade da Educação Física manter a criticidade e a reflexividade, ressaltando a complexidade do conhecimento em um ambiente marcado pela ambivalência em suas dimensões sociais. Outrossim, salienta-se o desafio do campo de intervenção da Educação Física em ser um intérprete das diferentes possibilidades que emergem na cultura corporal de movimento, evitando “vender ilusões”, mas fortalecendo a capacidade reflexiva para os sujeitos tornarem-se instituintes de suas práticas corporais e cuidados de si, bem como preocuparem-se com a participação na construção coletiva dos rumos da sociedade, ou seja, com a política. |
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