Concepções e práticas docentes: percursos da leitura na alfabetização

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbosa, Laís Fernanda Espósito
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/191336
Resumo: A leitura constitui prática reconhecidamente valorizada no âmbito da sociedade, uma vez que sua utilização remete a maior possibilidade de participação em diferentes esferas sociais. Portanto, saber ler vai muito além de saber a pronúncia das letras e a decodificação de sílabas. Por sua função social, o domínio das capacidades de leitura é uma questão de cidadania, pois possibilita a capacidade criadora e o posicionamento crítico diante da complexidade do mundo no qual estamos inseridos. Outro ponto de destaque para a pesquisa que originou este trabalho é o entendimento de que a escola é a agência por excelência de veiculação e produção desses conhecimentos. Sendo assim, ela desempenha um papel de extrema importância no processo de aquisição da leitura, e deve sempre buscar o desenvolvimento leitor de seus alunos, de forma plena, por intermédio das tematizações das práticas sociais de leitura e escrita proporcionadas no contexto escolar. Nesta perspectiva, este estudo está centrado no tema da formação de alunos leitores e das práticas de professores alfabetizadores que são destinadas a esta formação. O ensino da leitura, por muitas décadas, foi baseado em métodos caracterizados pelo progresso passo a passo, ou seja, decorava-se o alfabeto, soletrava-se, decodificavam-se palavras isoladas, frases e por fim textos. O estudo partiu do pressuposto que este é um caminho que se distancia das concepções sobre o ensino da leitura defendidas por autores: Ferreiro e Teberosky (1999), Smith (2003), Cadermatori (2006), Freire (2011) que são referência nessa área de conhecimento. Tendo como preocupação o quanto esse processo histórico influenciou a realidade das salas de aula, nos dias atuais, e partindo do questionamento de quais concepções as alfabetizadoras possuem sobre o ato da leitura, em especial da leitura literária e do seu ensino, este trabalho pretendeu identificar essas concepções a partir da análise dos depoimentos e das práticas de professoras de uma escola pública de um município do interior de São Paulo. Partiu-se da hipótese de que as antigas concepções de leitura como mera codificação e decodificação ainda estavam presentes no contexto escolar. A investigação teve caráter qualitativo, sendo realizado um estudo de caso com três docentes em uma escola municipal de Ensino Fundamental. Foram utilizadas como técnicas de coleta de dados o questionário semiaberto, análise de registros escolares, entrevista semiestruturada, análise documental e observação in loco. A partir do que se aferiu nos dados coletados, foi possível concluir que as práticas de leitura do século XIX ainda se fazem presentes no processo de alfabetização do século XXI, limitando as crianças a decodificação de letras, sílabas, frases e textos, distanciando-as da formação como leitores com capacidade de análise crítica. Diante disso, ao término deste estudo propusemos uma sequência didática, de modo a ficar mais claro, os aspectos dos quais temos falado durante o percurso desse estudo, em relação a leitura nos primeiros anos da alfabetização e a importância de rompermos com práticas mecanizadas distanciadas de sentido e buscarmos práticas sociais reais. Dessa forma deixamos como uma sugestão para que educadores possam refletir e pensar em mais estratégias que rompam com práticas engessadas do século XIX.
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Sendo assim, ela desempenha um papel de extrema importância no processo de aquisição da leitura, e deve sempre buscar o desenvolvimento leitor de seus alunos, de forma plena, por intermédio das tematizações das práticas sociais de leitura e escrita proporcionadas no contexto escolar. Nesta perspectiva, este estudo está centrado no tema da formação de alunos leitores e das práticas de professores alfabetizadores que são destinadas a esta formação. O ensino da leitura, por muitas décadas, foi baseado em métodos caracterizados pelo progresso passo a passo, ou seja, decorava-se o alfabeto, soletrava-se, decodificavam-se palavras isoladas, frases e por fim textos. O estudo partiu do pressuposto que este é um caminho que se distancia das concepções sobre o ensino da leitura defendidas por autores: Ferreiro e Teberosky (1999), Smith (2003), Cadermatori (2006), Freire (2011) que são referência nessa área de conhecimento. Tendo como preocupação o quanto esse processo histórico influenciou a realidade das salas de aula, nos dias atuais, e partindo do questionamento de quais concepções as alfabetizadoras possuem sobre o ato da leitura, em especial da leitura literária e do seu ensino, este trabalho pretendeu identificar essas concepções a partir da análise dos depoimentos e das práticas de professoras de uma escola pública de um município do interior de São Paulo. Partiu-se da hipótese de que as antigas concepções de leitura como mera codificação e decodificação ainda estavam presentes no contexto escolar. A investigação teve caráter qualitativo, sendo realizado um estudo de caso com três docentes em uma escola municipal de Ensino Fundamental. Foram utilizadas como técnicas de coleta de dados o questionário semiaberto, análise de registros escolares, entrevista semiestruturada, análise documental e observação in loco. A partir do que se aferiu nos dados coletados, foi possível concluir que as práticas de leitura do século XIX ainda se fazem presentes no processo de alfabetização do século XXI, limitando as crianças a decodificação de letras, sílabas, frases e textos, distanciando-as da formação como leitores com capacidade de análise crítica. Diante disso, ao término deste estudo propusemos uma sequência didática, de modo a ficar mais claro, os aspectos dos quais temos falado durante o percurso desse estudo, em relação a leitura nos primeiros anos da alfabetização e a importância de rompermos com práticas mecanizadas distanciadas de sentido e buscarmos práticas sociais reais. Dessa forma deixamos como uma sugestão para que educadores possam refletir e pensar em mais estratégias que rompam com práticas engessadas do século XIX.Reading is a recognised practice within society, as its use refers to the greater possibility of participation in different social spheres. Therefore, knowing how to read goes far beyond knowing the pronunciation of letters and the decoding of syllables. Due to its social function, the mastery of reading skills is a matter of citizenship, since it enables the creative capacity and critical positioning in the face of the complexity of the world in which we are inserted. Another highlight of the research that originated this work is the understanding that the school is the agency par excellence for conveying and producing this knowledge. Therefore, it plays an extremely important role in the process of acquisition of reading, and should always seek the reader development of its students, fully, through the themes of social practices of reading and writing provided in the school context. From this perspective, this study is centred on the subject of the training of student readers and the practices of literacy teachers that are intended for this training. The teaching of reading, for many decades, was based on methods characterised by step-by-step progress, i.e. decorating the alphabet, spelling, decoding individual words, sentences and finally texts. The study was based on the assumption that this is a path that distances itself from the conceptions about the teaching of reading advocated by authors: Ferreiro and Teberosky (1999), Smith (2003), Cadermatori (2006), Freire (2011) who are references in this area of knowledge. Having as concern how this historical process influenced the reality of classrooms nowadays, and starting from the questioning of which conceptions the alphabetizers have about the act of reading, especially literary reading and its teaching, this work intended to identify these conceptions from the analysis of the testimonies and practices of teachers of a public school in a city of the interior of São Paulo. It was based on the hypothesis that the old conceptions of reading as mere codification and decoding were still present in the school context. The investigation was of a qualitative nature, with a case study being carried out with three teachers in a municipal primary school. Data collection techniques included the semi-open questionnaire, analysis of school records, semi-structured interview, documentary analysis, and on-site observation. From what was measured in the collected data, it was possible to conclude that the reading practices of the 19th century are still present in the literacy process of the 21st century, limiting children to the decoding of letters, syllables, phrases and texts, distancing them from the formation as readers with critical analysis capacity. Therefore, at the end of this study, we proposed a didactic sequence, in order to clarify the aspects we have been talking about during the course of this study, regarding reading in the first years of literacy and the importance of breaking away from mechanized practices distanced from meaning and seeking real social practices. Thus we leave it as a suggestion for educators to reflect and think about more strategies that break with practices plastered in the nineteenth century.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Hernandes, Elianeth Dias Kanthack [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Barbosa, Laís Fernanda Espósito2020-01-13T17:46:20Z2020-01-13T17:46:20Z2019-12-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19133600092829833004129044P627932906831381770000-0002-0667-882Xporinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-20T12:44:07Zoai:repositorio.unesp.br:11449/191336Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-06-20T12:44:07Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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