Avaliação de resultados de intervenção breve antibullying para adolescentes em escolas públicas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/180502 |
Resumo: | O comportamento agressivo e uma de suas apresentações, o bullying, têm-se mostrado um problema crescente nas escolas brasileiras, com cerca de um terço dos alunos envolvidos como agressor ou como vítima. A violência em geral, assim como no ambiente escolar, é multicausal e, exatamente por esse motivo, difícil de ser controlada. Intervenções que visem prevenir e diminuir a ocorrência de bullying no ambiente escolar ainda são escassas na realidade brasileira. Os objetivos do presente estudo foram os de avaliar os resultados de uma intervenção breve antibullying para adolescentes de escolas públicas e de verificar a associação entre os tipos de bullying com as características demográficas, de temperamento e de problemas de saúde mental dos alunos. Trata-se de um quase-experimento, realizado com alunos do 5º ao 9º ano de quatro escolas (duas intervenção e duas controles) da rede pública, de ambos os sexos e com idade entre 12 e 17 anos. A intervenção breve e aplicada em toda a escola (denominada na língua inglesa whole-school intervention) refere-se a uma abordagem educativa sobre bullying e de sensibilização para alunos e para professores. O desfecho bullying foi avaliado por meio do Questionário de Bullying (QB) versão vítima e versão agressor. Os instrumentos utilizados para verificar as características de temperamento e os problemas de saúde mental foram o Affective Reactivity Index – versão criança (ARI-C) e o Questionário de Capacidades de Dificuldades – versão criança (SDQ-C), respectivamente Os instrumentos foram aplicados no horário de aula e com a autorização dos pais, no período anterior e posterior à intervenção. Nas escolas do grupo controle, os instrumentos também foram aplicados no mesmo intervalo de tempo do grupo intervenção. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Secretaria Municipal da Saúde (CAEE 19651113.5.3001.5347). Um total de 1.043 alunos foi incluído, sendo 526 (50,4%) meninas, com média de idade (desvio padrão) de 12,5 (DP=1,62) anos. Verificou-se que 146 (14%) estavam envolvidos com bullying como agressores, 163 (15,6%) como vítimas e 339 (32,5%) como vítimas-agressores. Observou-se associação significativa entre ser vítima (B=0,26) e agressor (B=0,28) com temperamento mais irritável. Também foi significativa a relação entre ser agressor com problemas de conduta (B=0,30) e ser vítima com problemas de relacionamento (B=0,52), conforme o SDQ-C. As escolas foram sorteadas, sendo alocados 613 (58,8%) alunos para o grupo intervenção e 430 (41,2%) para o controle. Não foi observada diferença significativa nos escores de bullying, considerando-se a interação tempo*intervenção. Tanto no grupo intervenção quanto no grupo controle, manteve-se a associação significativa verificada entre vítimas e agressores com maior temperamento irritável, problemas de conduta e de relacionamento após a intervenção. Os resultados do presente estudo indicam que intervenções breves, com inclusão somente de alunos, podem ser úteis como estratégia educativa sobre o tema, porém não são efetivas para modificar o envolvimento com bullying na escola. Novas pesquisas com intervenções de longo prazo, que sejam focadas na população de envolvidos e que incluam pais e professores, ainda precisam ser testadas para modificar o comportamento relacionado ao bullying escolar. |
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Bottan, GabrielaHeldt, Elizeth Paz da Silva2018-07-17T02:34:10Z2018http://hdl.handle.net/10183/180502001069852O comportamento agressivo e uma de suas apresentações, o bullying, têm-se mostrado um problema crescente nas escolas brasileiras, com cerca de um terço dos alunos envolvidos como agressor ou como vítima. A violência em geral, assim como no ambiente escolar, é multicausal e, exatamente por esse motivo, difícil de ser controlada. Intervenções que visem prevenir e diminuir a ocorrência de bullying no ambiente escolar ainda são escassas na realidade brasileira. Os objetivos do presente estudo foram os de avaliar os resultados de uma intervenção breve antibullying para adolescentes de escolas públicas e de verificar a associação entre os tipos de bullying com as características demográficas, de temperamento e de problemas de saúde mental dos alunos. Trata-se de um quase-experimento, realizado com alunos do 5º ao 9º ano de quatro escolas (duas intervenção e duas controles) da rede pública, de ambos os sexos e com idade entre 12 e 17 anos. A intervenção breve e aplicada em toda a escola (denominada na língua inglesa whole-school intervention) refere-se a uma abordagem educativa sobre bullying e de sensibilização para alunos e para professores. O desfecho bullying foi avaliado por meio do Questionário de Bullying (QB) versão vítima e versão agressor. Os instrumentos utilizados para verificar as características de temperamento e os problemas de saúde mental foram o Affective Reactivity Index – versão criança (ARI-C) e o Questionário de Capacidades de Dificuldades – versão criança (SDQ-C), respectivamente Os instrumentos foram aplicados no horário de aula e com a autorização dos pais, no período anterior e posterior à intervenção. Nas escolas do grupo controle, os instrumentos também foram aplicados no mesmo intervalo de tempo do grupo intervenção. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Secretaria Municipal da Saúde (CAEE 19651113.5.3001.5347). Um total de 1.043 alunos foi incluído, sendo 526 (50,4%) meninas, com média de idade (desvio padrão) de 12,5 (DP=1,62) anos. Verificou-se que 146 (14%) estavam envolvidos com bullying como agressores, 163 (15,6%) como vítimas e 339 (32,5%) como vítimas-agressores. Observou-se associação significativa entre ser vítima (B=0,26) e agressor (B=0,28) com temperamento mais irritável. Também foi significativa a relação entre ser agressor com problemas de conduta (B=0,30) e ser vítima com problemas de relacionamento (B=0,52), conforme o SDQ-C. As escolas foram sorteadas, sendo alocados 613 (58,8%) alunos para o grupo intervenção e 430 (41,2%) para o controle. Não foi observada diferença significativa nos escores de bullying, considerando-se a interação tempo*intervenção. Tanto no grupo intervenção quanto no grupo controle, manteve-se a associação significativa verificada entre vítimas e agressores com maior temperamento irritável, problemas de conduta e de relacionamento após a intervenção. Os resultados do presente estudo indicam que intervenções breves, com inclusão somente de alunos, podem ser úteis como estratégia educativa sobre o tema, porém não são efetivas para modificar o envolvimento com bullying na escola. Novas pesquisas com intervenções de longo prazo, que sejam focadas na população de envolvidos e que incluam pais e professores, ainda precisam ser testadas para modificar o comportamento relacionado ao bullying escolar.Aggressive behavior manifested in the form of bullying has become a pressing problem in Brazilian schools, with approximately one third of students involved as bullies or victims. Violence in general, including in the school environment, has multiple causes and, precisely because of that, is difficult to control. Interventions aimed at preventing and reducing school bullying are still scarce in Brazil. The present study aimed to assess the results of a brief antibullying intervention for public school adolescents and to investigate the association between types of bullying and demographic, temperamental, and mental health characteristics of students. This quasi-experiment included fifth - to ninth - grade students from four public schools (two intervention schools and two control schools), of both sexes, aged 12 to 17 years. The brief intervention applied throughout the school (called whole-school intervention) refers to an educational approach to raising awareness of bullying among students and teachers. Bullying was assessed using the Bully / Victim Questionnaire. The instruments used to assess temperamental and mental health characteristics were the Affective Reactivity Index – Brazilian child version (ARI-C) and the Strengths and Difficulties Questionnaire – Brazilian child version (SDQ-C), respectively. They were administered during classes and with parents' consent, before and after the intervention. At control schools, tests were administered using the same time interval The study was approved by the Ethics Committees of Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) and Porto Alegre Health Department (certificate no. 19651113.5.3001.5347). A total of 1,043 students were included, of whom 526 (50.4%) were females, and mean age was 12.5 (SD = 1.62) years. We found that 146 (14%) students played the role of bullies, 163 (15.6%) of victims, and 339 (32.5%) of bullies/victims. There was a significant association between being a victim (B = 0.26) and being a bully (B = 0.28) with a more irritable temperament. Being a bully with behavior problems (B = 0.30) was significantly associated with being a victim with relationship problems (B = 0.52), according to the SDQ-C. Schools were randomized, and 613 (58.8%) students were assigned to the intervention group and 430 (41.2%) to the control group. There was no significant difference in bullying scores considering time*intervention interaction. Significant associations between being a victim and being a bully with a more irritable temperament, behavior problems, and relationship problems were maintained in both groups after the intervention. The results of the present study show that brief, student-only interventions may be useful as an educational strategy, but they do not effectively change involvement in bullying at school. Further studies with long-term interventions focused on all people involved, including parents and teachers, are still needed to assess changes in behavior related to school bullying.El comportamiento agresivo y una de sus manifestaciones, el acoso escolar o bullying, constituye un problema que va en aumento en las escuelas/institutos brasileños y que involucra a cerca de un tercio de los alumnos, ya sea como agresores o víctimas. En general, la violencia —como también en el ambiente escolar— se debe a múltiples causas y, justamente por ese motivo, resulta difícil controlarla. En la realidad brasileña, aún son escasas las intervenciones tendientes a prevenir y disminuir la ocurrencia de bullying en el ambiente escolar. Los objetivos del presente estudio fueron evaluar los resultados de una intervención breve antibullying para adolescentes de escuelas/institutos públicos y verificar la asociación entre los tipos de acoso escolar con las características demográficas, de temperamento y de problemas de salud mental de los alumnos. Se trata de un cuasi-experimento, realizado con alumnos del 5º al 9º año de cuatro escuelas/institutos (dos intervención y dos control) de la red pública, de ambos sexos y en la franja etaria de 12 a 17 años. La intervención breve aplicada en toda la escuela (denominada, en inglés, whole-school intervention) es un abordaje educativo y de sensibilización sobre acoso escolar dirigido a alumnos y docentes. El desenlace bullying se evaluó por medio del Cuestionario de Bullying (CB) versión víctima y versión agresor. Los instrumentos utilizados para verificar las características de temperamento y los problemas de salud mental fueron el Affective Reactivity Index – versión niño (ARI-C, por la sigla en inglés) y el Cuestionario de Capacidades de Dificultades – versión niño (SDQC, por la sigla en inglés), respectivamente. Los instrumentos se aplicaron en el horario de clase, con autorización de los padres, en el período anterior y posterior a la intervención En las escuelas/institutos del grupo control, los instrumentos también se aplicaron en el mismo intervalo de tiempo que en el grupo intervención. La investigación fue aprobada por el Comité de Ética de la Universidad Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) y de la Secretaría Municipal de Salud de Porto Alegre (CAEE 19651113.5.3001.5347). En el estudio se incluyeron 1.043 alumnos, de los cuales 526 (50,4%) eran niñas, con media de edad (desviación estándar) de 12,5 (DE=1,62) años. Se verificó que 146 (14%) estaban involucrados en bullying como agresores, 163 (15,6%) como víctimas y 339 (32,5%) como víctimas-agresores. Se observó asociación significativa entre ser víctima (B=0,26) y agresor (B=0,28) con temperamento más irritable. También fue significativa la relación entre ser agresor con problemas de conducta (B=0,30) y ser víctima con problemas para relacionarse (B=0,52), según el SDQ-C. Las escuelas/institutos se aleatorizaron y se asignaron 613 (58,8%) alumnos al grupo intervención y 430 (41,2%) al grupo control. No se observó diferencia significativa en los puntajes de bullying al considerarse la interacción tiempo*intervención. Tanto en el grupo intervención como en el grupo control, se mantuvo la asociación significativa verificada entre víctimas y agresores con mayor temperamento irritable, problemas de conducta y para relacionarse, tras la intervención. Los resultados del presente estudio indican que las intervenciones breves con inclusión solo de alumnos pueden ser útiles como estrategia educativa sobre el tema, pero no son efectivas para modificar la involucración en bullying en la escuela/instituto. Aún se necesita poner a prueba nuevas intervenciones de largo plazo, centradas en la población de involucrados e incluyendo a padres y docentes, para modificar el comportamiento relacionado al acoso escolar.application/pdfporBullyingAdolescenteIntervençãoSaúde escolarBullyingAdolescentsInterventionSchool healthBullyingAdolescentesIntervenciónSalud escolarAvaliação de resultados de intervenção breve antibullying para adolescentes em escolas públicasAssessment of the results of an anti-bullying brief intervention for public school adolescents Evaluación de resultados de intervención breve antibullying para adolescentes de escuelas públicas info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de EnfermagemPrograma de Pós-Graduação em EnfermagemPorto Alegre, BR-RS2018doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001069852.pdf001069852.pdfTexto completoapplication/pdf7972959http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/180502/1/001069852.pdfbf4b93880328b41bee4db441ec8a558cMD51TEXT001069852.pdf.txt001069852.pdf.txtExtracted Texttext/plain164067http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/180502/2/001069852.pdf.txtc14b10fd36b8a8fff2b8995b6ab8d253MD5210183/1805022018-07-17 02:41:31.249oai:www.lume.ufrgs.br:10183/180502Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-07-17T05:41:31Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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