Ginga de Angola: memórias e representações da rainha guerreira na diáspora
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-31072018-172020/ |
Resumo: | Esta pesquisa pretende discutir as memórias e representações que envolvem a personagem histórica Nzinga/ Njinga Mbandi, conhecida como Rainha Ginga. Esta soberana viveu no século XVII na região de Matamba, atual Angola. Seu legado, entretanto, se estende pela longa temporalidade e transita pelas duas margens do Atlântico Sul. Esta tese busca compreender o papel desta soberana da configuração das identidades étnicas em Angola, indo do século XVII, quando ela uniu diferentes povos em suas campanhas de resistência frente à conquista portuguesa, até o século XXI, percebendo as estratégias dos governantes e agentes locais para mobilizar sua memória para fundamentar as lutas ideológicas e políticas pelas quais atravessou o país. Na perspectiva da Diáspora Atlântica, busco entender como a memória da rainha guerreira foi recriada no Brasil pelos povos escravizados, analisando a Capoeira Angola e o Congado. Penso a história da Capoeira no Brasil e as questões identitárias que a envolveram, com especial interesse na construção da identidade Angola e o que ela expressa em termos de conservação das cosmovisões centro-africanas. O movimento corporal ginga é associado às representações da rainha angolana de mesmo nome. O nome da Rainha Ginga aparece de múltiplas formas em festas de coroação do rei do Congo, popularmente chamados de Congados, desde o século XIX. Percorro as pistas da presença da Rainha Ginga nos autos populares, passo pelos registros de folcloristas e estudiosos da cultura negra, apresento as referências à esta personagem em várias partes do Brasil e os resultados da pesquisa de campo realizada junto ao Congado de Visconde do Rio Branco (MG), comandado até hoje pela matriarca que ostenta o título Rainha Ginga. A partir dos repertórios orais destas tradições culturais e dos saberes dos mestres mais velhos, procuro compreender como os povos da região de Angola registraram as suas lendas, crenças e histórias, valendo-se da corporeidade e da musicalidade para articular suas resistências cultural e étnicas. |
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Ginga de Angola: memórias e representações da rainha guerreira na diásporaGinga of Angola: memories and representations of the warrior queen in diasporaAngolaAngolaBlack ResistanceCapoeiraCapoeiraCongadoCongadoDiasporaDiásporaResistência NegraEsta pesquisa pretende discutir as memórias e representações que envolvem a personagem histórica Nzinga/ Njinga Mbandi, conhecida como Rainha Ginga. Esta soberana viveu no século XVII na região de Matamba, atual Angola. Seu legado, entretanto, se estende pela longa temporalidade e transita pelas duas margens do Atlântico Sul. Esta tese busca compreender o papel desta soberana da configuração das identidades étnicas em Angola, indo do século XVII, quando ela uniu diferentes povos em suas campanhas de resistência frente à conquista portuguesa, até o século XXI, percebendo as estratégias dos governantes e agentes locais para mobilizar sua memória para fundamentar as lutas ideológicas e políticas pelas quais atravessou o país. Na perspectiva da Diáspora Atlântica, busco entender como a memória da rainha guerreira foi recriada no Brasil pelos povos escravizados, analisando a Capoeira Angola e o Congado. Penso a história da Capoeira no Brasil e as questões identitárias que a envolveram, com especial interesse na construção da identidade Angola e o que ela expressa em termos de conservação das cosmovisões centro-africanas. O movimento corporal ginga é associado às representações da rainha angolana de mesmo nome. O nome da Rainha Ginga aparece de múltiplas formas em festas de coroação do rei do Congo, popularmente chamados de Congados, desde o século XIX. Percorro as pistas da presença da Rainha Ginga nos autos populares, passo pelos registros de folcloristas e estudiosos da cultura negra, apresento as referências à esta personagem em várias partes do Brasil e os resultados da pesquisa de campo realizada junto ao Congado de Visconde do Rio Branco (MG), comandado até hoje pela matriarca que ostenta o título Rainha Ginga. A partir dos repertórios orais destas tradições culturais e dos saberes dos mestres mais velhos, procuro compreender como os povos da região de Angola registraram as suas lendas, crenças e histórias, valendo-se da corporeidade e da musicalidade para articular suas resistências cultural e étnicas.This work intends to discuss the memories and the representantions that envolve the hisorical personage Nzinga/ Njinga Mbandi, know as Queen Ginga. This sovereign lived in 17th century in Matamba region, in present-day Angola. Her legacy, however, extends through long temporality and transits between the two shores of the South Atlantic. This thesis seeks to understand the role of this sovereign of the configuration of ethnic identities in Angola, going from the seventeenth century, when she united different peoples in their campaigns of resistance against the Portuguese conquest, until the 21th century, realizing the strategies of the local government and agents to mobilize their memory to support the ideological and political struggles that crossed the country. From the perspective of the Atlantic Diaspora, I try to understand how the memory of the warrior queen was recreated in Brazil by the enslaved peoples, analyzing Capoeira Angola and Congado. I think the Capoeiras history in Brazil and the identity issues that have involved it, with a special interest in the construction of Angola\'s identity and what it expresses in terms of the conservation of the Central African worldviews. The corporal movement named ginga is associated with representations of the Angolan queen. Queen Ginga appears in multiple forms in coronation celebrations of the king of Congo, popularly called Congados, from early 19th century. I follow the tracks of the presence of the Queen Ginga in the popular autos, passing through the records of folklorists and scholars of the black culture. I present the references to this personage in several parts of Brazil and the results of the field research carried out next to the Congado of Visconde do Rio Branco (MG), commanded until today by the matriarch who holds the title Queen Ginga. From the oral repertoires of these cultural traditions and the knowledge of the older masters, I try to understand how the peoples of the Angolan region recorded their legends, beliefs and histories, using corporeality and musicality to articulate their cultural and ethnic resistance.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSouza, Marina de Mello eFonseca, Mariana Bracks2018-04-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-31072018-172020/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-10-03T01:45:28Zoai:teses.usp.br:tde-31072018-172020Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-10-03T01:45:28Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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