O acento primário em alemão e sua aquisição por falantes de português brasileiro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8144/tde-12012016-142738/ |
Resumo: | O objetivo deste trabalho é analisar a aquisição do acento primário do alemão por falantes do Português Brasileiro (PB). Essa análise baseia-se, no campo da aquisição, no modelo gerativista dos Princípios e Parâmetros (Chomsky 1981), bem como na fonologia lexical (Kiparsky 1982, Mohanan 1982, 1985) e na fonologia prosódica (Nespor e Vogel [2007] (1986), Vogel (2009)) como teorias fonológicas. O arcabouço teórico para a análise do acento primário na língua alemã é fornecido pela teoria de acento de Wiese (1995), que preconiza a existência de regras de acento primário em compostos (AB) e não-compostos, como também padrões marcados com atribuição de acento definido lexicalmente (palavras proparoxítonas e oxítonas, compostos do tipo ABC). Além das regras propostas por Wiese (1995), postulo uma regra para a acentuação de compostos do tipo marcado ABC. Para o PB assumo a teoria de acento de Lee (1995,1997). A comparação da atribuição do acento primário em ambas as línguas permitiu-me estabelecer, com base na teoria paramétrica de Hayes (1995), semelhanças e diferenças paramétricas para o acento primário, as quais serviram de base para a tese defendida neste trabalho. Além disso, acrescento um princípio com valores paramétricos não-binários: o Domínio de aplicação da Restrição da Janela de Três Sílabas, cuja reparametrização apresenta-se como indispensável para a aquisição de regras de acentuação primária do alemão por falantes de PB como L2. Enquanto no PB essa restrição é válida para qualquer palavra fonológica (), em alemão, apenas as palavras não-compostas submetem-se a tal restrição. Ademais, propõem-se aqui 9 níveis hierárquicos, os quais constituem uma sequência para a aquisição das regras de atribuição do acento primário no contexto aqui estudado. Um estudo de caso, baseado no modelo pseudo-longitudinal, fornece subsídios para a presente pesquisa. Seis informantes com níveis de proficiência A2, B2 e C2 (segundo a classificação do Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas) foram submetidos a um teste de leitura de cinquenta palavras selecionadas de acordo com seu padrão acentual e a posição da sílaba que contém o acento primário. Resultados apontam para um papel importante da L1 na constituição da interlíngua e para o fato de que a refixação de parâmetros, ainda que primordial na aquisição, não é o único fator operante nesse processo. A análise dos dados sinaliza, ainda, que estágios de aquisição do acento primário do alemão por falantes de PB não refletem necessariamente o nível de proficiência de cada indivíduo na língua-alvo. |
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O acento primário em alemão e sua aquisição por falantes de português brasileiroThe primary stress in German and its acquisition by speakers of Brazilian PortugueseAcento primárioAquisição de L2 (língua estrangeira)German as a foreign languageInterlanguageInterlínguaLíngua alemãSecond language acquisitionWord stressO objetivo deste trabalho é analisar a aquisição do acento primário do alemão por falantes do Português Brasileiro (PB). Essa análise baseia-se, no campo da aquisição, no modelo gerativista dos Princípios e Parâmetros (Chomsky 1981), bem como na fonologia lexical (Kiparsky 1982, Mohanan 1982, 1985) e na fonologia prosódica (Nespor e Vogel [2007] (1986), Vogel (2009)) como teorias fonológicas. O arcabouço teórico para a análise do acento primário na língua alemã é fornecido pela teoria de acento de Wiese (1995), que preconiza a existência de regras de acento primário em compostos (AB) e não-compostos, como também padrões marcados com atribuição de acento definido lexicalmente (palavras proparoxítonas e oxítonas, compostos do tipo ABC). Além das regras propostas por Wiese (1995), postulo uma regra para a acentuação de compostos do tipo marcado ABC. Para o PB assumo a teoria de acento de Lee (1995,1997). A comparação da atribuição do acento primário em ambas as línguas permitiu-me estabelecer, com base na teoria paramétrica de Hayes (1995), semelhanças e diferenças paramétricas para o acento primário, as quais serviram de base para a tese defendida neste trabalho. Além disso, acrescento um princípio com valores paramétricos não-binários: o Domínio de aplicação da Restrição da Janela de Três Sílabas, cuja reparametrização apresenta-se como indispensável para a aquisição de regras de acentuação primária do alemão por falantes de PB como L2. Enquanto no PB essa restrição é válida para qualquer palavra fonológica (), em alemão, apenas as palavras não-compostas submetem-se a tal restrição. Ademais, propõem-se aqui 9 níveis hierárquicos, os quais constituem uma sequência para a aquisição das regras de atribuição do acento primário no contexto aqui estudado. Um estudo de caso, baseado no modelo pseudo-longitudinal, fornece subsídios para a presente pesquisa. Seis informantes com níveis de proficiência A2, B2 e C2 (segundo a classificação do Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas) foram submetidos a um teste de leitura de cinquenta palavras selecionadas de acordo com seu padrão acentual e a posição da sílaba que contém o acento primário. Resultados apontam para um papel importante da L1 na constituição da interlíngua e para o fato de que a refixação de parâmetros, ainda que primordial na aquisição, não é o único fator operante nesse processo. A análise dos dados sinaliza, ainda, que estágios de aquisição do acento primário do alemão por falantes de PB não refletem necessariamente o nível de proficiência de cada indivíduo na língua-alvo.This study aims at analysing the acquisition of primary stress in German by speakers of Brazilian Portuguese (BP). In terms of acquisition, this analysis is based on the generative model from Principles and Parameters (Chomsky 1981), as well as on the Lexical Phonology (Kiparsky 1982, Monahan 1982, 1985) and Prosodic Phonology (Nespor and Vogel [2007] (1986), Vogel (2009)) as phonological theories. The theoretical framework for the analysis of the primary stress in German is given by Wieses (1995) stress theory which states the existence of primary stress rules in compounds (AB) and non-compounds, as well as marked patterns with stress being lexically defined (words stressed in the third and last syllables, ABC compounds). In addition to the rules proposed by Wiese (1995), I have determined one for the stress of compounds marked as ABC). For BP, I have used the theory of accent by Lee (1995, 1997). The comparison between the attributions of primary stress in both languages has allowed me to establish, according to Hayes (1995) parametric theory, parametric similarities and differences for primary stress, which serve as basis for the thesis I defend in this study. Furthermore, I propose the addition of one principle with non-binary parametric values: the Domain of the Application of the Three-Syllable-Window Restriction, whose reparametrization is essential for speakers of BP acquiring the rules of primary stress of German as L2. Whereas in BP this restriction is valid for any phonological word, in German only the non-compound words are subject to such restriction. Moreover, 9 hierarchical levels are proposed here and they establish a sequence for the acquisition of the primary stress acquisition attribution rules. A case study, based on the pseudo-longitudinal model, provides this research with invaluable aids. Six informants with levels of proficiency A2, B2 and C2 (according to the Common European Framework for Languages) were submitted to a test in which they read fifty words, selected according to their stress patterns and position of the syllable containing the primary stress. Results show that L1 has an important role in the constitution of the interlanguage. They also state that the resetting of parameters is not the only operating factor in this process, even though it is essential in the acquisition. Data analysis indicates that the stages of primary stress acquisition of German by speakers of BP do not necessarily reflect the proficiency level of each individual in the target language.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMeireles, Selma MartinsSilva, Renato Ferreira da2015-09-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8144/tde-12012016-142738/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-10-02T20:03:01Zoai:teses.usp.br:tde-12012016-142738Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-10-02T20:03:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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