Atividade física como componente do cuidado integral de pessoas vivendo com HIV: perspectivas e desafios em serviço universitário especializado na cidade de Sâo Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-12082021-123303/ |
Resumo: | Introdução: Como a terapia antirretroviral (TARV) determinou entendimento da aids como doença crônica e a adoção da estratégia \"testar e tratar\" estendeu seu uso a todas as pessoas que vivem com HIV (PVH), novas propostas de intervenção vêm sendo pensadas com vistas ao cuidado integral. Nesse contexto, a atividade física (AF) tornou-se componente relevante do cuidado voltado à promoção da saúde, justificando-se estudar como a adoção de comportamento ativo se relaciona com o cotidiano de PVH. Objetivos: Caracterizar amostra de PVH que inicia TARV sem alterações morfológicas corporais e distúrbios metabólicos, em relação ao nível de atividade física (atual e habitual), conteúdo energético da dieta, construtos psicossociais facilitares da prática de AF (Apoio Social e Autoeficácia), avaliação antropométrica, de força e flexibilidade. Adicionalmente, analisar a existência de registros em prontuário sobre a prática de/recomendação para AF e investigar associações entre AF atual, ingestão calórica e os construtos psicossociais facilitadores de AF. Métodos: PVH entre 18 e 59 anos que iniciaram TARV sem alterações corporais e metabólicas foram avaliadas quanto a dados sociodemográficos, relato de AF atual e habitual, recordatório alimentar de 24 horas com escalas de Apoio Social e de Autoeficácia para AF e Avaliação Física padronizada. Associações entre as variáveis de interesse foram investigadas por coeficientes de correlação de Spearman e modelos de regressão ajustados por sexo e idade. Resultados: 61 PVH [sexo masculino (86,9%), pretos (13,1%), média de idade 32,5 anos] foram estudadas. Na avaliação física verificou-se IMC mediano de 23,32 kg/m², força abaixo da média e flexibilidade fraca/insuficiente. No que tange à AF, 47,5% relatou baixo nível de prática, não atendendo aos critérios recomendados pela OMS ( >150 minutos/semana). O dispêndio energético foi de aproximadamente 1.000 kcal/semanais, frente a ingestão calórica de 2.200 kcal. Apesar de se identificar alto Apoio Social para a prática de AF, houve baixo apoio de familiares para realização de caminhada e AF de intensidade média e forte. A Autoeficácia para AF foi caracterizada como média. A revisão de prontuários revelou baixa frequência de menção à prática de AF (20 registros em 18 meses de seguimento). Nos modelos de regressão ajustados por sexo e idade, evidenciouse associação inversa entre os resultados do Recordatório Alimentar e a Autoeficácia para AF (quanto maior a percepção de disponibilidade para AF, menor a ingestão calórica). Não houve, contudo, associação entre AF atual e ingestão calórica, Apoio Social ou Autoeficácia para AF. Conclusões: A prática de AF mostrou-se insuficiente na amostra estudada e foram pouco frequentes os registros sobre o tema em prontuário. Observou-se, contudo, que os construtos de Apoio Social e Autoeficácia denotam possibilidade de se investir em abordagem visando mudança de comportamento com incremento de AF. Reconhecida a elevada vulnerabilidade social e programática em que se inserem as PVH, recomenda-se que serviços especializados busquem transpor barreiras que limitam a adoção de AF como elemento do cuidado integral para permitir que tal prática venha se constituir em ferramenta para promoção de autoconhecimento, dedicação a si e melhora na percepção do estado de saúde |
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Atividade física como componente do cuidado integral de pessoas vivendo com HIV: perspectivas e desafios em serviço universitário especializado na cidade de Sâo PauloPhysical activity as part of the comprehensive care of people living with HIV: perspectives and challenges in a specialized university healthcare setting in the city of São PauloAmbulatory careApoio socialAssistência ambulatorialAutoeficáciaExercício físicoHIVHIVPhysical exerciseSelf-efficacySocial supportIntrodução: Como a terapia antirretroviral (TARV) determinou entendimento da aids como doença crônica e a adoção da estratégia \"testar e tratar\" estendeu seu uso a todas as pessoas que vivem com HIV (PVH), novas propostas de intervenção vêm sendo pensadas com vistas ao cuidado integral. Nesse contexto, a atividade física (AF) tornou-se componente relevante do cuidado voltado à promoção da saúde, justificando-se estudar como a adoção de comportamento ativo se relaciona com o cotidiano de PVH. Objetivos: Caracterizar amostra de PVH que inicia TARV sem alterações morfológicas corporais e distúrbios metabólicos, em relação ao nível de atividade física (atual e habitual), conteúdo energético da dieta, construtos psicossociais facilitares da prática de AF (Apoio Social e Autoeficácia), avaliação antropométrica, de força e flexibilidade. Adicionalmente, analisar a existência de registros em prontuário sobre a prática de/recomendação para AF e investigar associações entre AF atual, ingestão calórica e os construtos psicossociais facilitadores de AF. Métodos: PVH entre 18 e 59 anos que iniciaram TARV sem alterações corporais e metabólicas foram avaliadas quanto a dados sociodemográficos, relato de AF atual e habitual, recordatório alimentar de 24 horas com escalas de Apoio Social e de Autoeficácia para AF e Avaliação Física padronizada. Associações entre as variáveis de interesse foram investigadas por coeficientes de correlação de Spearman e modelos de regressão ajustados por sexo e idade. Resultados: 61 PVH [sexo masculino (86,9%), pretos (13,1%), média de idade 32,5 anos] foram estudadas. Na avaliação física verificou-se IMC mediano de 23,32 kg/m², força abaixo da média e flexibilidade fraca/insuficiente. No que tange à AF, 47,5% relatou baixo nível de prática, não atendendo aos critérios recomendados pela OMS ( >150 minutos/semana). O dispêndio energético foi de aproximadamente 1.000 kcal/semanais, frente a ingestão calórica de 2.200 kcal. Apesar de se identificar alto Apoio Social para a prática de AF, houve baixo apoio de familiares para realização de caminhada e AF de intensidade média e forte. A Autoeficácia para AF foi caracterizada como média. A revisão de prontuários revelou baixa frequência de menção à prática de AF (20 registros em 18 meses de seguimento). Nos modelos de regressão ajustados por sexo e idade, evidenciouse associação inversa entre os resultados do Recordatório Alimentar e a Autoeficácia para AF (quanto maior a percepção de disponibilidade para AF, menor a ingestão calórica). Não houve, contudo, associação entre AF atual e ingestão calórica, Apoio Social ou Autoeficácia para AF. Conclusões: A prática de AF mostrou-se insuficiente na amostra estudada e foram pouco frequentes os registros sobre o tema em prontuário. Observou-se, contudo, que os construtos de Apoio Social e Autoeficácia denotam possibilidade de se investir em abordagem visando mudança de comportamento com incremento de AF. Reconhecida a elevada vulnerabilidade social e programática em que se inserem as PVH, recomenda-se que serviços especializados busquem transpor barreiras que limitam a adoção de AF como elemento do cuidado integral para permitir que tal prática venha se constituir em ferramenta para promoção de autoconhecimento, dedicação a si e melhora na percepção do estado de saúdeIntroduction: Since antiretroviral therapy (ART) allowed AIDS to be regarded as a chronic disease and the \"test and treat\" strategy scaled it up to all people living with HIV (PLH), novel interventions have been considered for a comprehensive care approach. In this context, physical activity (PA) has become a relevant care component for health promotion, and studies are warranted to investigate how an active behavior could be adopted in the everyday life of PLH. Objectives: To describe reported current and usual PA, calorie intake, psychosocial constructs of social support and self-efficacy for PA, anthropometric measures, and results of strength and flexibility evaluation in a sample of PLH who start ART without body changes and metabolic abnormalities. In addition, to check whether PA was addressed in medical charts as part of clinical histories or recommendations, and to investigate associations between PA, calorie intake and psychosocial constructs that may facilitate PA. Methods: PLH aged 18 to 59 years old who started ART without body changes and metabolic abnormalities were evaluated concerning sociodemographic data, reported usual or current PA, their 24-hour diet food recall, scales of social support and self-efficacy for PA, and a standardized physical assessment. Associations between variables of interest were sought after using Spearman\'s correlation coefficients and regression models adjusted for gender and age. Results: We studied 61 PLH [males (86.9%), black (13.1%), mean age=32.5 years old]. Physical assessment revealed a median BMI of 23.32 kg/m², below average strength and weak/insufficient flexibility. As for PA, 47.5% reported low activity (below WHO recommendation of > 150 minutes/week). Energy expenditure was estimated at about 1,000 kcal/week in contrast to a calorie intake of 2,200 kcal. Although an overall high level of social support for PA was found, support of family members for walking or moderate to intense physical activity was low. Self-efficacy for PA was characterized as medium. Medical chart reviews yielded a low frequency of reports addressing PA (20 citations in 18 months of clinical follow-up). Regression models after adjusting for gender and age showed a negative association between the 24-hour food recall and self-efficacy scores (the higher the confidence of engaging in PA, the lower the calorie intake). In contrast, no association was found between current PA and calorie intake, social support or self-efficacy scores. Conclusions: Patients in our study were insufficiently active and PA was infrequently questioned about or recommended by attending physicians. Nevertheless, social support and self-efficacy scores point out for the possibility of investing in behavioral change strategies aiming at increasing PA. Taking the high social and programmatic vulnerabilities of PLH into account, specialized healthcare services should try to overcome barriers that limit adoption of PA as an element of the comprehensive care provided to these patients, so as to use it as a tool for promoting self-knowledge, self-care and increasing health perceptionBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSegurado, Aluisio Augusto CotrimSantos, Ardiles Vitor dos2021-02-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-12082021-123303/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-08-13T13:27:03Zoai:teses.usp.br:tde-12082021-123303Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-08-13T13:27:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: Como a terapia antirretroviral (TARV) determinou entendimento da aids como doença crônica e a adoção da estratégia \"testar e tratar\" estendeu seu uso a todas as pessoas que vivem com HIV (PVH), novas propostas de intervenção vêm sendo pensadas com vistas ao cuidado integral. Nesse contexto, a atividade física (AF) tornou-se componente relevante do cuidado voltado à promoção da saúde, justificando-se estudar como a adoção de comportamento ativo se relaciona com o cotidiano de PVH. Objetivos: Caracterizar amostra de PVH que inicia TARV sem alterações morfológicas corporais e distúrbios metabólicos, em relação ao nível de atividade física (atual e habitual), conteúdo energético da dieta, construtos psicossociais facilitares da prática de AF (Apoio Social e Autoeficácia), avaliação antropométrica, de força e flexibilidade. Adicionalmente, analisar a existência de registros em prontuário sobre a prática de/recomendação para AF e investigar associações entre AF atual, ingestão calórica e os construtos psicossociais facilitadores de AF. Métodos: PVH entre 18 e 59 anos que iniciaram TARV sem alterações corporais e metabólicas foram avaliadas quanto a dados sociodemográficos, relato de AF atual e habitual, recordatório alimentar de 24 horas com escalas de Apoio Social e de Autoeficácia para AF e Avaliação Física padronizada. Associações entre as variáveis de interesse foram investigadas por coeficientes de correlação de Spearman e modelos de regressão ajustados por sexo e idade. Resultados: 61 PVH [sexo masculino (86,9%), pretos (13,1%), média de idade 32,5 anos] foram estudadas. Na avaliação física verificou-se IMC mediano de 23,32 kg/m², força abaixo da média e flexibilidade fraca/insuficiente. No que tange à AF, 47,5% relatou baixo nível de prática, não atendendo aos critérios recomendados pela OMS ( >150 minutos/semana). O dispêndio energético foi de aproximadamente 1.000 kcal/semanais, frente a ingestão calórica de 2.200 kcal. Apesar de se identificar alto Apoio Social para a prática de AF, houve baixo apoio de familiares para realização de caminhada e AF de intensidade média e forte. A Autoeficácia para AF foi caracterizada como média. A revisão de prontuários revelou baixa frequência de menção à prática de AF (20 registros em 18 meses de seguimento). Nos modelos de regressão ajustados por sexo e idade, evidenciouse associação inversa entre os resultados do Recordatório Alimentar e a Autoeficácia para AF (quanto maior a percepção de disponibilidade para AF, menor a ingestão calórica). Não houve, contudo, associação entre AF atual e ingestão calórica, Apoio Social ou Autoeficácia para AF. Conclusões: A prática de AF mostrou-se insuficiente na amostra estudada e foram pouco frequentes os registros sobre o tema em prontuário. Observou-se, contudo, que os construtos de Apoio Social e Autoeficácia denotam possibilidade de se investir em abordagem visando mudança de comportamento com incremento de AF. Reconhecida a elevada vulnerabilidade social e programática em que se inserem as PVH, recomenda-se que serviços especializados busquem transpor barreiras que limitam a adoção de AF como elemento do cuidado integral para permitir que tal prática venha se constituir em ferramenta para promoção de autoconhecimento, dedicação a si e melhora na percepção do estado de saúde |
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