Ensinando análise experimental do comportamento em modelo remoto: desafios e possibilidades

• Autor(a) principal: MOURA, Deyse Salatiel de
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Scientia – Repositório Institucional
• Texto Completo: https://repositorio.pgsskroton.com//handle/123456789/47630
• topic: Pandemia; Análise experimental do comportamento; Relato de experiência

A pandemia da covid-19 afetou a forma de viver da sociedade mundial, impondo desafios à forma de viver e de exercer atividades profissionais em todos os campos de atuação. No âmbito educacional, docentes precisaram repensar suas habilidades e ferramentas e desenvolver estratégias de ensino nunca antes empregadas. O desafio do ensino remoto se mostrou ainda maior para cursos e disciplinas que são compostos por cargas horárias que mesclam o ensino teórico e prático, como é o caso da Análise Experimental do Comportamento, históricamente estruturada entre a apresentação de conceitos teóricos em sala de aula seguidas da exposição dos discentes aos processos de condicionamento operante em laboratório com ratos na Caixa de Skinner. Com o fechamento dos campos, mediados por decretos nacionais para contenção do contágio da Covid-19, professores e alunos se viram impossibilitados de acessar laboratórios. Muitos destes alunos enfrentavam limitações tecnológicas relacionadas à ausência de acesso à computadores, assistindo às aulas via aparelhos celularem que não comportavam a instalação de programas comumente utilizados para a realização da parte prática da disciplina – o programa Sniffy Virtual Net Software. Afim de proporcionar uma experiência que substuice o procedimento padrão, foi desenvolvida uma atividade que realizava a interface entre os conceitos téoricos experimentais da análise do comportamento e a vertente aplicada. Os alunos foram solicitados a realizar um registro de comportamentos que envolviam uma resposta isolada previamente selecionada por eles em conjunto com o professor em aulas dedicadas à realização das atividades práticas. Após a seleção das respostas para cada aluno, a atividade de registro era realizada por uma semana, afim de identificar as condições antecedentes e consequentes com ela relacionadas. Por fim, os alunos eram solicitados a realizar o enquandramento funcional de suas observações, apresentando-os em forma de relatório funcional que deveria contemplar os conceitos teórico trabalhados em sala. A expriência demonstrou promover nos alunos um maior entendimento dos conceitos teóricos e um engajamento elevado na execução da atividade. As aulas práticas tornaram-se espaço de ricas trocas acerca dos conteúdos da disciplina, em processo de colaboração mútua entre alunos e professores na elaboração das análises funcionais. Os relatórios apresentados demonstraram uma compreensão aprodundada dos conceitos teóricos, cumprindo o objetivo esperado pela prática. A adaptação foi acolhida de forma positiva e entusiasmática pelos alunos, que relataram uma maior identificação com a abordagem que muitas vezes é relatada por alunos como distante da realidade da prática psicológica. A experiência aponta para a possibilidade de inclusão de novas formas de trabalho no ensino das disciplinas de Análise Experimental do Comportamento, que pode ser interessante complemento para o enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem.