Dietas vegetarianas x onívora e o crescimento e desenvolvimento nos primeiros 1000 dias de vida : uma revisão sistemática

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Franceschetto, Bianca Fasolo
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/234867
Resumo: Introdução: As dietas vegetarianas estão crescendo em diversos lugares do mundo e os primeiros 1000 dias de vida é um período que recebe cada vez mais atenção. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi verificar através de uma revisão sistemática, o impacto das dietas vegetarianas no crescimento e desenvolvimento durante os primeiros mil dias de vida. Métodos: Essa revisão foi realizada com o método proposto pela Cochrane Collaboration, as buscas foram realizadas nas seguintes bases de dados: PubMed, Embase e Cochrane, com os desfechos de crescimento e desenvolvimento. A seleção dos artigos foi feita de modo independente por dois pesquisadores, as decisões foram comparadas e um terceiro revisor decidiu sobre a inclusão do estudo. Resultados: A partir de 2,058 estudos identificados inicialmente, 19 preencheram os critérios e foram incluídos. Seis subtipos de dietas vegetarianas foram identificados nestes estudos (vegetariana, vegana, macrobiótica, antroposófica, ovo-lacto-vegetariana e a dieta plant-based). Dez estudos avaliaram peso ao nascer com dietas vegetarianas, cinco encontraram peso ao nascer menor em crianças vegetarianas em comparação com onívoras (porém, dentro da faixa normal) e dois estudos encontraram um risco aumentado de baixo peso ao nascer em neonatos vegetarianos. Em relação aos demais desfechos de crescimento, 3/7 estudos (todos da década de 80) observaram que a dieta macrobiótica teve desfechos negativos no crescimento e no desenvolvimento, já outros cinco estudos da mesma década (sendo um de 1978) que avaliaram dieta vegetariana e vegana, não apresentaram resultados negativos. Apenas dois estudos avaliaram o desenvolvimento neurológico, um deles constatou que as crianças em dieta macrobiótica tinham atraso no desenvolvimento motor e da linguagem, já o outro observou que o neurodesenvolvimento de crianças com dietas vegetarianas foi normal. Conclusão: as dietas vegetarianas parecem estar associadas a um menor peso ao nascer e maior risco de baixo peso ao nascer. Os subgrupos das dietas vegetarianas apresentaram resultados diferentes, sendo a macrobiótica com resultados negativos no crescimento e desenvolvimento durante os primeiros mil dias, enquanto as crianças nas demais dietas vegetarianas parecem crescer e se desenvolver normalmente no período dos 1000 dias.
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