A linguagem poÃtica na traduÃÃo da Eneida de Carlos Alberto Nunes: um estudo na perspectiva da teoria tradutÃria de Haroldo de Campos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC |
Texto Completo: | http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20619 |
Resumo: | Carlos Alberto Nunes (1897-1990) traduziu em 1981 a Eneida de VirgÃlio forjando um verso hexamÃtrico que correspondesse ao hexÃmetro datÃlico de VirgÃlio. O hexÃmetro de Nunes à predominantemente datÃlico com dezesseis sÃlabas poÃticas e icto incidente na 1Â, 4Â, 7Â, 10Â, 13 e 16Â, resultando em uma sÃlaba tÃnica seguida de duas Ãtonas, formando o pà datÃlico; a 16 sÃlaba pode formar o pà sozinha ou seguida de apenas uma sÃlaba Ãtona, formando um pà troqueu; para variar o ritmo da declamaÃÃo, o hexÃmetro de Nunes pode apresentar as cesuras triemÃmera, pentemÃmera e heftemÃmera. Na opiniÃo do crÃtico e poeta Haroldo de Campos (1929 â 2003), o trabalho de Nunes à digno de consideraÃÃo quanto ao verso, mas, no que se refere à linguagem poÃtica, nÃo à um empreendimento voltado para soluÃÃes novas. Para Haroldo de Campos, textos criativos, como poesia ou prosa poÃtica, devem ser recriados levando em consideraÃÃo o plano fÃnico, a sintaxe, aspectos visuais, ou seja, a danÃa das palavras. Nesse processo, o tradutor-recriador atua como designer da palavra. Considerando a afirmaÃÃo de Campos, este trabalho tem como objetivo analisar o processo tradutÃrio de Nunes, observando a forma da expressÃo e a forma do conteÃdo, aspectos importantes para uma traduÃÃo criativa. Esta pesquisa justifica-se por abordar a traduÃÃo de Nunes pelo viÃs do processo tradutÃrio. Existem estudos e artigos sobre a traduÃÃo da Eneida de Nunes, porÃm estÃo voltados para a crÃtica do hexÃmetro vernÃculo forjado pelo erudito maranhense. Para a anÃlise do processo tradutÃrio observaremos a elocuÃÃo da composiÃÃo de VirgÃlio no texto de partida para os trechos Aen. 2.3-68 e Aen. 2199-227 em comparaÃÃo com a forma da expressÃo e a forma do conteÃdo no texto de chegada. Nossa hipÃtese à que o verso longo do hexÃmetro datÃlico de Nunes nÃo tenha favorecido a recriaÃÃo da linguagem. O tradutor precisaria sempre inserir mais uma palavra para completar as dezesseis sÃlabas poÃticas e nÃo poderia, com isso, trabalhar a poesia na traduÃÃo. Espera-se com esta pesquisa mostrar que Nunes trabalhou a linguagem poÃtica em sua traduÃÃo, mas nÃo trabalhou o poema de modo que pudesse ser considerado uma recriaÃÃo, ou seja, nÃo seguiu a teoria de Campos. |
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info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisA linguagem poÃtica na traduÃÃo da Eneida de Carlos Alberto Nunes: um estudo na perspectiva da teoria tradutÃria de Haroldo de Campos2018-12-00Tito LÃvio Cruz RomÃo20878451315http://lattes.cnpq.br/711016085733205396541111111Francisca TÃnia Almeida Colares Universidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em LetrasUFCBREneida TraduÃÃo do hexÃmetro Carlos Alberto Nunes Campos, Haroldo de, 1929-2003. Nunes, Carlos Alberto, 1897-1990. Eneida (Poema Ãpico, SÃc. I a.C.) - TraduÃÃo e interpretaÃÃo Nunes, Carlos Alberto, 1897-1990. Eneida, sÃculo I a.C.) - MÃtrica poÃtica VersificaÃÃo - HexÃmetro datÃlico VersificaÃÃo - TraduÃÃo e interpretaÃÃo VirgÃlio. Eneida (Poema Ãpico, SÃc. I a.C.) - TraduÃÃo e interpretaÃÃoLETRAS Carlos Alberto Nunes (1897-1990) traduziu em 1981 a Eneida de VirgÃlio forjando um verso hexamÃtrico que correspondesse ao hexÃmetro datÃlico de VirgÃlio. O hexÃmetro de Nunes à predominantemente datÃlico com dezesseis sÃlabas poÃticas e icto incidente na 1Â, 4Â, 7Â, 10Â, 13 e 16Â, resultando em uma sÃlaba tÃnica seguida de duas Ãtonas, formando o pà datÃlico; a 16 sÃlaba pode formar o pà sozinha ou seguida de apenas uma sÃlaba Ãtona, formando um pà troqueu; para variar o ritmo da declamaÃÃo, o hexÃmetro de Nunes pode apresentar as cesuras triemÃmera, pentemÃmera e heftemÃmera. Na opiniÃo do crÃtico e poeta Haroldo de Campos (1929 â 2003), o trabalho de Nunes à digno de consideraÃÃo quanto ao verso, mas, no que se refere à linguagem poÃtica, nÃo à um empreendimento voltado para soluÃÃes novas. Para Haroldo de Campos, textos criativos, como poesia ou prosa poÃtica, devem ser recriados levando em consideraÃÃo o plano fÃnico, a sintaxe, aspectos visuais, ou seja, a danÃa das palavras. Nesse processo, o tradutor-recriador atua como designer da palavra. Considerando a afirmaÃÃo de Campos, este trabalho tem como objetivo analisar o processo tradutÃrio de Nunes, observando a forma da expressÃo e a forma do conteÃdo, aspectos importantes para uma traduÃÃo criativa. Esta pesquisa justifica-se por abordar a traduÃÃo de Nunes pelo viÃs do processo tradutÃrio. Existem estudos e artigos sobre a traduÃÃo da Eneida de Nunes, porÃm estÃo voltados para a crÃtica do hexÃmetro vernÃculo forjado pelo erudito maranhense. Para a anÃlise do processo tradutÃrio observaremos a elocuÃÃo da composiÃÃo de VirgÃlio no texto de partida para os trechos Aen. 2.3-68 e Aen. 2199-227 em comparaÃÃo com a forma da expressÃo e a forma do conteÃdo no texto de chegada. Nossa hipÃtese à que o verso longo do hexÃmetro datÃlico de Nunes nÃo tenha favorecido a recriaÃÃo da linguagem. O tradutor precisaria sempre inserir mais uma palavra para completar as dezesseis sÃlabas poÃticas e nÃo poderia, com isso, trabalhar a poesia na traduÃÃo. Espera-se com esta pesquisa mostrar que Nunes trabalhou a linguagem poÃtica em sua traduÃÃo, mas nÃo trabalhou o poema de modo que pudesse ser considerado uma recriaÃÃo, ou seja, nÃo seguiu a teoria de Campos.Carlos Alberto Nunes (1897-1990) translated in 1981 the Aeneid of Virgil forging a hexametric verse that would correspond to the dactylic hexameter of Virgil. The hexameter of Nunes is predominantly dactylic, with sixteen poetic syllables and ictus falling at 1st, 4th, 7th, 10th, 13th and 16th, resulting in a tonic followed by two atonic, compounding the dactylic foot; the 16th syllable can be itself a foot or be accompanied by an atonic syllable, resulting in a trochee foot; to vary the rhythm of declamation, the hexameter of Nunes can present trihemimeral, penthemimeral and hephthemimeral caesuras. In the opinion of the critic Haroldo de Campos (1929 â 2003), Nunesâ labor is worthy consideration for his verses, otherwise, concerning language, it is not an undertakig aiming at new solutions. Haroldo de Campos believes that creative texts such as poetry or poetic prose, should be recreated, taking into consideration the phonic plan, the syntax, visual aspects, i.e., the dance of the words. In this process, the translator-recreator acts like the designer of the word. Considering Camposâ assertation, this work intends to analyze the translation process of Nunes, observing the expression form and content form, important aspects for a creative translation, in Camposâ opinion. The justification for this research lies in the fact that it approaches Nunesâ translation through the translating process. There are studies and papers about Nunesâ translations, but their aim is at the critic of the vernacular hexameter forged by Nunes. To analyze the translation process we observe the elocution in Virgilâs composition in the source text, in the excerpt Aen. 2.3-68 and Aen. 2.199-227 compared to the expression and the content forms in the target text. Our hypothesis is that the long verse dactilic hexameter of Nunes did not favor the recreation of language. The translator would always need to insert another word to complete the sixteenth poetic syllables and would not work on the poetry of the translation. With this research we expect to identify that Nunes worked on language in his translation, otherwise he did not translate the poem in a way that could be considered a recreation, i. e., he did not follow Camposâ theory.CoordenaÃÃo de AperfeÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20619application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:33:09Zmail@mail.com - |
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A linguagem poÃtica na traduÃÃo da Eneida de Carlos Alberto Nunes: um estudo na perspectiva da teoria tradutÃria de Haroldo de Campos Francisca TÃnia Almeida Colares Eneida TraduÃÃo do hexÃmetro Carlos Alberto Nunes Campos, Haroldo de, 1929-2003. Nunes, Carlos Alberto, 1897-1990. Eneida (Poema Ãpico, SÃc. I a.C.) - TraduÃÃo e interpretaÃÃo Nunes, Carlos Alberto, 1897-1990. Eneida, sÃculo I a.C.) - MÃtrica poÃtica VersificaÃÃo - HexÃmetro datÃlico VersificaÃÃo - TraduÃÃo e interpretaÃÃo VirgÃlio. Eneida (Poema Ãpico, SÃc. I a.C.) - TraduÃÃo e interpretaÃÃo LETRAS |
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Carlos Alberto Nunes (1897-1990) traduziu em 1981 a Eneida de VirgÃlio forjando um verso hexamÃtrico que correspondesse ao hexÃmetro datÃlico de VirgÃlio. O hexÃmetro de Nunes à predominantemente datÃlico com dezesseis sÃlabas poÃticas e icto incidente na 1Â, 4Â, 7Â, 10Â, 13 e 16Â, resultando em uma sÃlaba tÃnica seguida de duas Ãtonas, formando o pà datÃlico; a 16 sÃlaba pode formar o pà sozinha ou seguida de apenas uma sÃlaba Ãtona, formando um pà troqueu; para variar o ritmo da declamaÃÃo, o hexÃmetro de Nunes pode apresentar as cesuras triemÃmera, pentemÃmera e heftemÃmera. Na opiniÃo do crÃtico e poeta Haroldo de Campos (1929 â 2003), o trabalho de Nunes à digno de consideraÃÃo quanto ao verso, mas, no que se refere à linguagem poÃtica, nÃo à um empreendimento voltado para soluÃÃes novas. Para Haroldo de Campos, textos criativos, como poesia ou prosa poÃtica, devem ser recriados levando em consideraÃÃo o plano fÃnico, a sintaxe, aspectos visuais, ou seja, a danÃa das palavras. Nesse processo, o tradutor-recriador atua como designer da palavra. Considerando a afirmaÃÃo de Campos, este trabalho tem como objetivo analisar o processo tradutÃrio de Nunes, observando a forma da expressÃo e a forma do conteÃdo, aspectos importantes para uma traduÃÃo criativa. Esta pesquisa justifica-se por abordar a traduÃÃo de Nunes pelo viÃs do processo tradutÃrio. Existem estudos e artigos sobre a traduÃÃo da Eneida de Nunes, porÃm estÃo voltados para a crÃtica do hexÃmetro vernÃculo forjado pelo erudito maranhense. Para a anÃlise do processo tradutÃrio observaremos a elocuÃÃo da composiÃÃo de VirgÃlio no texto de partida para os trechos Aen. 2.3-68 e Aen. 2199-227 em comparaÃÃo com a forma da expressÃo e a forma do conteÃdo no texto de chegada. Nossa hipÃtese à que o verso longo do hexÃmetro datÃlico de Nunes nÃo tenha favorecido a recriaÃÃo da linguagem. O tradutor precisaria sempre inserir mais uma palavra para completar as dezesseis sÃlabas poÃticas e nÃo poderia, com isso, trabalhar a poesia na traduÃÃo. Espera-se com esta pesquisa mostrar que Nunes trabalhou a linguagem poÃtica em sua traduÃÃo, mas nÃo trabalhou o poema de modo que pudesse ser considerado uma recriaÃÃo, ou seja, nÃo seguiu a teoria de Campos. |
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